“Homens Heteros Não Costumam Usar esse Tipo de Combinação”: Consumo, Paisagens e Sensibilidades entre Gays de Belém, Pará
Materialidades. Antropologia do consumo. Paisagens gays. Indumentárias. Antropologia dos sentidos.
Interpretar as materialidades por meio da antropologia do consumo auxilia na compreensão da constituição de um mapeamento de identidades, costumes, sensibilidades e estilos de vida dos indivíduos a partir de diferentes contextos históricos e sociais, pois os objetos deixam de ser vistos apenas como bens tangíveis e passam a ser considerados como agenciadores que provocam, afetam, constroem os sujeitos e influenciam, de forma direta, as suas dinâmicas de sociação. Isso se torna perceptível dentro das paisagens gays da capital paraense, Belém, no qual os homens homossexuais, ao utilizarem determinadas indumentárias, acessórios, marcas e possuírem específicos modos de consumo dentro de locais de socialização LGBTQIA+, categorizam e hierarquizam outros rapazes homossexuais a partir dessas “coisas”, que revelam um debate acerca dos marcadores sociais de distinção de classes e raças. Considerando os estudos da antropologia dos sentidos dentro das paisagens da 18ª Parada do Orgulho de Belém e em duas casas noturnas gays da cidade. Este trabalho tem o objetivo de realizar uma observação participante para entender como os homens gays belenenses identificam e categorizam outros membros pertencentes do coletivo social LGBTQIA+ a partir do consumo de paisagens e materialidades, em um período que condiz ao antes e durante a pandemia da Covid-19 no Brasil.