VIAGEM ETNO-HISTÓRICA E ARQUEOLÓGICA AO MÉDIO XINGU: Memória e História Indígena na Amazônia"
arqueologia, história indígena, Xipaya, Kuruaya, memória e identidade.
Os povos indígenas do médio rio Xingu já se encontravam em processo de mudanças culturais em decorrência dos contatos multiétnicos antes mesmo da invasão portuguesa da Amazônia. Com base nessa ideia, e tendo por estudo de caso a ocupação do sítio arqueológico Praia do Pepino, localizado na cidade de Altamira-PA, o trabalho analisa, em uma perspectiva comparativa de longa duração, as transformações sociais e culturais ocorridas no período colonial e pós-colonial com os povos indígenas e como esses povos responderam ao contato com europeus, missionários e diversos outros projetos de exploração da região ao longo dos séculos. Além desses aspectos, a partir de um diálogo com a etnografia, são analisadas as narrativas dos indígenas das etnias Xipaya e Kuruaya que vivem na cidade, assim como os relatos de cronistas e viajantes, dos séculos XVIII e XIX, sobre o local onde hoje é sítio arqueológico “Praia do Pepino”, os quais indicam que, no período pré-colonial, o local era uma aldeia indígena e, durante a colonização portuguesa da Amazônia, tornou-se uma missão de padres da Companhia de Jesus chamada “Tavaquara”, para onde foram descidos indígenas das etnias Xipaya, Kuruaya e Juruna, embora não seja possível indicar com precisão a extensão da Missão. A partir das narrativas, são discutidos os significados atribuídos pelos Xipaya e Kuruaya ao sítio arqueológico no processo de afirmação da identidade étnica e luta por território