Notícias

Banca de QUALIFICAÇÃO: MARTHA LUIZA COSTA VIEIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARTHA LUIZA COSTA VIEIRA
DATA: 13/06/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Sala KP12
TÍTULO:

COTIDIANO, RESISTÊNCIA E LUTA: mulheres indígenas reassentadas para o contexto urbano do município de Altamira-PA, em face da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.


PALAVRAS-CHAVES:

Mulheres; Indígenas; Território; Reassentamento.


PÁGINAS: 104
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Serviço Social
RESUMO:

A presente pesquisa analisará estratégias sociais, econômicas e culturais aos modos de vida de mulheres indígenas reassentadas para o contexto urbano do município de Altamira-PA, decorrente de um “grande projeto”, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, construída no rio Xingu, Amazônia brasileira, para entender a mobilidade, considerando as particularidades enfrentadas por essas mulheres indígenas que vivem em um ambiente urbano. Esses “grandes empreendimentos” provocam a re(des)estruturação dosterritórios onde são implantados, resultando em impactos significativos nas espacialidades habitadas e historicamente estabelecidas por ribeirinhos, camponeses, indígenas e moradores das periferias, como é o caso de Altamira, no Pará, região amazônica. Considerar, portanto, o poder “espoliador” desses grandes empreendimentos sobre as populações “subalternizadas”, a partir de uma proposição teórica que considere o espaço com suas diferentes dimensões, formas e modos de existir. Território, Reassentamento, Feminismo e Decolonialismo serão utilizados como instrumentos metodológicos para a análise da nossa realidade empírica. Os impactos nos modos de vida das mulheres indígenas “reassentadas”, seja na mobilidade ou na imobilidade, se tornam evidentes, considerando a condição espacial de pertencimento, apropriação e identificação que diferentes sujeitos têm em relação a seus territórios e lugares. Entretanto, como resposta a esse processo espoliador, são identificados uma série de estratégias de luta e resistência em relação a projetos de cunho “desenvolvimentista”. Apesar ímpeto determinado do Estado brasileiro na execução da obra, houve uma intensa oposição ao projeto Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Movimentos Sociais de diversas escalas de atuação, de díspares locais do planeta, uniram-se aos impactados de Altamira e região, formando uma ampla uma arena de conflito contra a percepção “biopolítica” promovida pelo governo brasileiro e pelo capital nacional e internacional. Esse conflito, protagonizado pelos pobres do campo e da cidade e pelas populações tradicionais, sob a liderança de movimentos sociais (“Movimento Xingu Vivo Para Sempre”, “Movimento de Mulheres”) de Altamira e região, aliados à relevante atuação do Ministério Público Federal, Defensoria Pública do Estado do Pará e a atuação de ONGs (como o Instituto Socioambiental), resistiu e resiste para afirmar que a territorialidade e a lugaridade dos indivíduos impactados socioespacialmente pelas obras e ações que deram origem à Usina Hidrelétrica de Belo Monte possam, de alguma forma, ser reconhecidas e compensadas. Uma forte e demorada luta social se travou/trava na região do Xingu para que os efeitos des(re)estruturadores desse “grande projeto” possam ser indenizados. Os dadosserão coletados por meio da observação e de entrevistas realizadas durante o período de maio de 2024 a maio 2025. O expressivo quantitativo de povos indígenas deslocados para as cidades, a insuficiente ciência acerca desses indivíduos e a sub-representação nos censos nacionais fazem com que seja relevante questionar este atual fenômeno. O estudo tem como foco não apenas mulheres interligadas a associações ou grupos específicos, mas de que forma essas indígenas se estabelecem em um contexto urbano. Apesar das diferenças que podem existir entre aqueles que residem em diferentes localidades urbanas e nas aldeias, é importante reconhecer que os indígenas de uma determinada etnia que residem na cidade e aqueles que permanecem em suas aldeias fazem parte de uma mesma comunidade e mantêm  vínculos com seu grupo étnico de origem. Eles participam de rituais e momentos cruciais nas aldeias, ao mesmo tempo em que fazem uso de estruturas tecnológicas como aplicativos de celular e redes sociais – WhatsApp, Facebook e E-mails. Por conseguinte, espera-se que essas mulheres mantenham uma identidade indígena consolidada, mesmo vivendo em contextos urbanos. Isso ocorre porque, ao mesmo tempo em que as redes de relacionamento influenciam na afirmação da identidade étnica, esta é reiterada por meio das conexões estabelecidas na cidade e além dela. 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2341581 - MARCEL THEODOOR HAZEU
Externo ao Programa - 4336193 - MARCIA PIRES SARAIVA
Interno - 2434396 - SOLANGE MARIA GAYOSO DA COSTA
Notícia cadastrada em: 21/05/2024 10:47
SIGAA | Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) - (91)3201-7793 | Copyright © 2006-2024 - UFPA - castanha.ufpa.br.castanha2