DINÂMICAS AGROECOLÓGICAS DE PRODUÇÃO, CERTIFICAÇÃO, INSTITUIÇÕES E MERCADO: a Convencionalização da Agroecologia na Amazônia Brasileira.
Agricultura Orgânica, Mercado Agroecológico e Convencionalização
O enfrentamento da pandemia do coronavírus trouxe vários desafios a sociedade, principalmente a falta de alimentos que afetou em 2020 em torno de 131 milhões de pessoas e atingiu o recorde de aproximadamente 270 milhões de pessoas com fome, desencadeando o aumento da pobreza, insegurança alimentar, migração e a desnutrição (FAO, 2020). Assim, a vulnerabilidade dos modernos sistemas alimentares e da agricultura industrial mostrou ao mundo a necessidade de repensar o sistema alimentar em busca da sustentabilidade. Neste contexto, a agroecologia surge como alternativa, que vem sendo colocado em xeque pela agricultura industrial, como uma pratica de substituição de insumos ou um processo de convencionalização da agricultura, no entanto, a agroecologia não se resume a simplificação ou convencionalização e suas bases estão fixados em movimento, práticas e ciência. Assim, objetivo da pesquisa é analisar os processos agroecológicos da Rede Maniva de Agroecologia, apresentando as características de produção, certificação, instituições e mercado (comercialização) que vem consolidando o Sistema Participativo de Garantia (SPG) na Amazônia. Para entender se os Sistemas Orgânicos convencionalizados tem inibido o desenvolvimento de formas alternativas de produção, certificação, instituições e mercados agroecológicos na Amazônia. Para isso, utilizamos método científico para estudar a agroecologia sobre uma perspectiva sobre uma perspectiva institucionalista para analisar o problema de pesquisa, através da revisão bibliográfica e o estudo de caso, por meio de métodos qualitativos e quantitativos (mistos), técnicas pluralistas de coleta de dados (questionário e entrevista) e correntes teóricas diversificadas (Agroecologia e Teoria institucionalista), para apresentar aspectos do contexto ambiental, econômico, político e social. Assim, podemos constatar que no contexto da agroecologia, as instituições assumem importante protagonismo no meio rural brasileiro, explicando os processos históricos que instituíram a agroecologia como ciência, o que levou ao surgimento de diversas práticas agroecológicas e ao fortalecimento do movimento agroecológico no país. O surgimento da agroecologia como instituição no Brasil, uma série de normas e regras tem sido construídas em âmbitos nacionais, estaduais e municipais, em defesa da produção sustentável de alimentos, da soberania alimentar dos povos, das sustentabilidades dos agroecossistemas (florestas) e da saúde e interação humana. Nesse contexto, os movimentos políticos em defesa da agroecologia proporcionaram uma série de discussões para o aperfeiçoamento dos processos produtivos (correntes agroecológicas), acreditação (Auditoria, SPG e OCS) e mercados (alternativos). Então, desde a década de 90, os governos vêm aprimorando suas legislações para atender as mudanças institucionais que garantam a segurança da agroecologia.