OS REFLEXOS DA CRISE ECONÔMICA NO MERCADO DE TRABALHO.
Classe trabalhadora, Crise, Superprodução.
Esta dissertação tem como tema central o mundo do trabalho em seus múltiplos elementos, isto é, as formas de organização da produção e do processo de trabalho, as alterações nas condições de realização desse processo, e seus reflexos no mercado de força de trabalho e no modo de vida da classe trabalhadora. Analisam-se os impactos da crise econômica sobre o mundo do trabalho e como as transformações provocadas pelos planos de reestruturação produtiva, por ela ensejados, alteram a realidade econômica dos indivíduos, particularmente daqueles que vivem da venda da força de trabalho. O desenvolvimento econômico capitalista, caracterizado pelas crises periódicas de superprodução, tem levado ao surgimento de formas de organização da produção cada vez mais flexíveis, que permitem o rápido ajuste da produção, em resposta as oscilações ocorridas na demanda, com o movimento cíclico das economias. Observa-se que, em geral, isto tem como consequência uma piora gradativa nas condições de trabalho e um aceleramento no ritmo de vida das pessoas. Este processo é marcado, de um lado, por uma espécie de desregulamentação tácita dos direitos dos trabalhadores e perda de representatividade dos sindicatos, enquanto entidade portadora de interesses comuns de classe, e do outro lado, pelo encurtamento do tempo livre e prolongamento do tempo de trabalho, fora do seu ambiente natural. Este processo econômico está aprofundando as contradições da sociedade capitalista e criando um cenário complexo no mundo do trabalho.