PRODUÇÃO DE COMMODITIES, MERCADO DE TERRAS E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NA AMAZÔNIA.
Amazônia, soja, terra e desenvolvimento econômico.
A produção de soja na Amazônia expandiu acima da média nacional nos primeiros anos do século XXI. A taxa média de crescimento anual da área plantada na região Norte foi de 22,5% no período 2000-2017, enquanto a média nacional foi de 4,1%. O agronegócio é um sistema complexo de produção de commodities que integra a agricultura, a indústria, o mercado e as finanças. E tem o apoio do estado que vislumbra a exportação de grãos como uma alternativa para o desenvolvimento regional. Dos 771 municípios da Amazônia Legal, a soja está presente em 303. Junto a isso, o fenômeno do Land Grabbing ou aquisição de terras por grandes multinacionais e fundos de investimentos é outro componente do agronegócio na Amazônia. Alguns trabalhos apontaram que dinheiro provindo de paraísos fiscais financiou a produção agropecuária na região. O Estado tem um papel chave para o agronegócio, pois fornece infraestrutura e apoio jurídico-financeiro. Além disso, a produção, comercialização e distribuição é controlada por multinacionais que fornecem os insumos e a tecnologia para a produção. O objetivo desta tese é analisar o avanço do agronegócio da soja e o seu impacto no mercado de terras e no desenvolvimento regional. Na análise, adotou um método hipotético-dedutivo (teoria, dedução lógica, ensaio de hipótese e operacionalização de variáveis). A partir da ideia de equilíbrio geral, pretende analisar o movimento da soja na Amazônia. Nas considerações preliminares foi possível verificar que há uma dependência da tecnologia externa e que a cadeia de produção da soja possui poucos elos com a economia regional.