O CRESCIMENTO EM ECONOMIAS DEPENDENTES: DEPENDÊNCIA, PADRÃO DÓLAR FLEXÍVEL E A DINÂMICA DO BOOM DAS COMMODITIES BRASILEIRAS DE 2003 A 2016.
NÃO INFORMOU.
Entre 2003 a 2016 a economia brasileira passou por mais um ciclo econômico ligado a flutuação da economia internacional[1]. De 2004 a 2013 o Brasil cresceu em média 4,0% a.a acompanhada por um substancial processo de melhoria na condição de vida da maioria da população, aumentando a renda, emprego e diminuição da pobreza. Contudo, a partir de 2014, é apetecida por uma forte recessão, reflexo das inversões das condições externas e internas, passa a apresentar pioras nos indicadores sociais e uma média negativa de crescimento do PIB -3,7% de 2015 a 2016 (PAULA; PIRES, 2017).
Boa parte da discussão levantada pelos economistas acerca desse novo ciclo de crescimento econômico brasileiro recai sobre uma interpretação da aparência do fenômeno, recorrendo a erros de políticas macroeconômicas (isso de fato ocorreu), como se só elas fossem capazes de responder o complexo processo de crescimento de uma economia dependente, como é a brasileira. O que poucos se atem é que a dinâmica de acumulação, apropriação da riqueza e ritmos de crescimento nas economias dependentes possuem condicionantes próprias e singulares. Ou como podemos ver nos trabalhos de Ruy Mauro Marini (1977), Vânia Bambirra (2015), Theotônio dos Santos (1986) e André Gunder Frank (1973), o capitalismo latino-americano possui um desenvolvimento sui generis.