EM BUSCA DO FIM DO SILENCIAMENTO: uma análise crítica decolonial do discurso com vistas à libertação
Colonialidade; Discurso; Teoria Crítica; Pensamento decolonial; Filosofia da Libertação.
Temos como ponto de partida a investigação de um problema social percebido no contexto histórico da colonialidade do discurso, o que acarreta o silenciamento, a invalidação e ilegitimidade do discursos produzidos na América Latina perante o sistema mundo. Assim, nosso problema é situado na busca de alternativas de formas para decolonizar o discurso. Para isso, temos três objetivos específicos que guiam as três seções da pesquisa, realizada essencialmente em estudos teóricos e desenvolvida por meio do método hipotético-dedutivo. A primeira tarefa é investigar com Alfredo Bosi e Carl Schmitt o histórico do colonialismo e da colonialidade, as justificativas que foram e têm sido oferecidas para o exercício dessas práticas e o modo como se deu o surgimento dos pensamentos contra-hegemônicos, especificamente o latino-americano. A segunda é apresentar os estudos linguísticos críticos desenvolvidos pelas epistemologias do Norte, incluindo produções de Marx, Bakhtin, Foucault e suas relações com pensadores da Escola de Frankfurt, relacionando as tradições que contribuíram para o seu desenvolvimento a fim de compreender de que se constituem os processos de formação discursiva e como operam os mecanismos que acarretam na exclusão de discursos outros. A terceira, por sua vez, é apontar as insuficiências da teoria crítica ocidentalocêntrica e discutir formas de reduzi-las ou até mesmo eliminá-las com pressupostos críticos pensados pelas epistemologias do Sul, com Enrique Dussel, aumentando o seu potencial normativo visando à libertação e lançando um modelo ético para suprir necessidades materiais da vida humana. Portanto, compreendemos que apesar de a teoria crítica do Norte fornecer elementos para um pensar crítico sobre as práticas discursivas, tais contribuições são insuficientes para pensar a realidade de exclusão sistemática na América Latina, sendo necessário produzir um pensamento localizado comprometido com a abertura à diferença por uma ética da responsabilidade individual e coletiva para com o Outro.