Título: Marcadores Químicos e moleculares de espécies do gênero Aniba (Lauraceae) com ocorrência na Amazônia
linalol, b-felandreno, 1-nitro-2-feniletano, rbcL, ITS, DNA barcode
Lauraceae é uma das famílias mais representativas na Amazônia e suas espécies apresentam alto potencial econômico, elevado rendimento em óleos essenciais (OE) com ampla variabilidade química e aplicações biológicas. Uma das principais dificuldades está na classificação taxonômica de suas espécies, que mesmo pertencendo a diferentes gêneros, apresentam uma acentuada uniformidade morfológica. O objetivo deste estudo foi correlacionar a variabilidade química e genética em espécies do gênero Aniba com ocorrência na Amazônia. Espécimes de Aniba canelilla (AC), A. parviflora (AP) e A. rosaeodora (AR) foram coletadas na cidade de Belém. Os óleos essenciais (OEs) dos seus diferentes tecidos foram extraídos por hidrodestilação (3h) e analisados através de Cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM). A análise multivariada da composição química distinguiu as espécies em três grupos principais. O grupo I foi formado pelos OEs de AP caracterizados por linalol (15,2–37,3%) e b-felandreno (19,9– 25,4%) como majoritários. O grupo II foi composto pelas amostras de AR com elevado teor de linalol (67,9–96,0%). O grupo III foi formado pelos OEs de AC, ricos em 1-nitro-2-feniletano (70,9–88,3%) e linalol (3,88–16,11%). A similaridade total entre as amostras foi de 41,52%, e de 70,7% entre as amostras de AP e AR. O DNA das folhas de cada espécie foi extraído para amplificação de quatro marcadores de DNA barcode matk, rbcL, ITS e ycf. O marcador rbcL apresentou melhor discriminação das espécies, seguido da região do ITS. No entanto, a região obtida para matK mostrou-se altamente conservada, e não houve amplificação de ycf. Árvores filogenéticas baseadas nas relações de parentesco das espécies foram construídas pelo método Neighbor-Joining, utilizando os marcadores rbcL e ITS, e os parâmetros do modelo Kimura 2. As espécies A. roseodora e A. parviflora se agrupam no mesmo clado, enquanto que A. canelilla agrupou separadamente. Os resultados apresentaram boa correlação com os dados químicos e com as características morfo-fisiológicas das espécies.