Potencial leishmanicida e estudo químico de Exserohilum rostratum isolado de Phanera splends
Exserohilum rostratum, Phanera splends, policetídeos e potencial leishmanicida
O uso de substâncias naturais oriunda de fontes renováveis está circunscrita na prospecção por moléculas bioativas passíveis de aplicações na agricultura, indústria alimentícia e medicina. Além disso, ganham notoriedade na busca por compostos ativos frente a Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN). Neste paradigma, o presente trabalho tem por objetivo o estudo químico e biológico de Exserohilum rostratum (teleomórfico), endófito de Phanera splends, almejando a obtenção de metabólitos secundários bioativos. Os compostos foram isolados por técnicas cromatográficas e sua identificação foi feita por métodos espectroscópicos. Foram identificados os ácidos graxos: ácido hexadecanoico, ácido-9-octadecenoico e ácido 9,12 octadecadienoico por CG/EM. Foram isolados os esteroides ergosterol (S1) e peróxido de ergosterol (S2); os policetídeos monocerina (S3), annularina I (S4), annularina J (S5), ravenelina B (S6), ravenelina (S7); o pigmento skyrina (S8); ainda foi obtida a mistura das isocumarinas 11-hidroximonocerina (S8) e furanomonocerina (S9) e o poliol ducitol (S10). Derivados da monocerina (S3) foram semi-sintetizados obtendo análogos metilados (S11), acetilados (S12) e benzilados (S13). Os compostos ravenelina B (S6), furanomonocerina (S9) e benzilmonocerina (S13) são substâncias inéditas na literatura. Ensaios de viabilidade celular utilizando as linhagens MRC05 e AGP01 foram realizados. A ravenelina B, mostrou expressivo potencial leishmanicida (IC50 0,08277 ± 1,09 µg/mL) em relação ao controle (anfotericina B) sendo cerca de 6 vezes menos tóxica e frente as formas Trypanosoma cruzi. Estudos de docking molecular revelaram uma boa estabilidade e interação com as proteínas alvos dos parasitas testados.