Estudo químico e atividade antioxidante dos óleos essenciais de espécies de Myrcia (Myrtaceae) do Baixo Amazonas
Angiosperma, hidrodestilaçãoo, sesquiterpenos, DPPH, PCA, HCA
As espécies do gênero Myrcia são abundantes na região do Baixo Amazonas, principalmente em áreas de savana, porem, ainda são poucos os estudos químicos e biológicos envolvendo os óleos essenciais de Myrcia. O presente trabalho avaliou a composição e variação química e a atividade antioxidante dos óleos essenciais de Myrcia amazonica, Myrcia multiflora, Myrcia splendens e Myrcia sylvatica, além do estudo sazonal e circadiano das folhas de M. sylvatica. A análise química dos óleos levou a identificação de 266 compostos cujo total variou entre 74,4 a 99,2% da composição. As análises multivariadas (PCA e HCA) com base nos principais constituintes presentes nos óleos classificou as espécies e espécimes em 8 grupos: 1,10-di-epi-cubenol (18,6-28,4%) e germacreno D (M. amazonica); germacreno D (6,5-41,4%), (E)-cariofileno (3,9-37,7%) e δ-cadineno (2,7-12,5%) (M. multiflora I á V, M. splendens I e Myrcia sp); germacreno D (18,1%), β-elemeno (12,3%), δ-selineno (6,4%) δ-elemeno (6,9%), (E)-cariofileno (6,1%) e α-bulneseno (6,4%) (M. multiflora VI); espatulenol (5,5-17,0%), óxido de cariofileno (6,0-15,6%), ar-curcumeno (0-12,0%), α-cadinol (2,3-14,4%) e epi-α-murrolol (1,2-9,3%) (M. splendens II á IV); pogostol (10,2-12,0%), óxido de cariofileno (6,1 e 2,4%) e sesquiterpeno NI PM=218 (5,2 -3,1%) (M. sylvatica IX e X); ar-curcumeno (17,0-20,5%), ar-tumerol (11,4-8,2%) e sesquiterpeno NI PM=218 (7,4-5,5%) (M. sylvatica VII e VIII); mistura de sesquiterpenos e monoterpenos em baixas concentrações (β-selineno, 1-epi-cubenol, óxido de cariofileno, cadaleno, trans-pinocarveol, mirtenol e α-pineno) (M. sylvatica I á VI); α-santaleno (24,7%), (Z)-α-bisaboleno (12,3%), α-trans-bergamoteno (9,0%), (E)-β-farneseno (6,6%) (M. multiflora VII). Com base nos resultados foram propostos quimiotipos de M. multilflora e M. sylvatica. O rendimento e a composição química do óleo essencial das folhas do quimiotipo I de M. sylvatica (mistura de sesquiterpenos e monoterpenos) não sofreu variações sazonais e circadianas significavas, porém, as condições climáticas (temperatura e umidade) da região influenciaram a concentração de alguns compostos. Os resultados desta pesquisa ampliam o conhecimento químico e fornecem dados científicos importantes para a utilização econômica de espécies de Myrcia na região do Baixo Amazonas.