SÍNTESE E ESTUDO CINÉTICO DAS FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO DE DEFERIPRONA ENCAPSULADA EM SAL BÁSICO DE ZINCO/QUITOSANA
Carreadores, Deferiprona, intercalação, Sal Básico de Zinco, Liberação controlada
Os carreadores, são estruturas capazes de armazenar e liberar de modo controlado princípios ativos em organismos vivos, que é uma maneira de reduzir a toxicidade destes princípios ativos, quando estes são ministrados em sua forma pura. Além disso, os carreadores protegem essas moléculas de efeitos físicos e químicos causados por fatores externos como luz, temperatura e condições fisiológicas, prolongando a vida útil do princípio ativo nos eu interior. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi sintetizar um nano carreador, híbrido (inorgânico e orgânico), polimerico, biodegradável e não tóxico, à base de sal básico de zinco (ZBS-Zinc Basic Salt), intercalá-lo com o princípio ativo deferiprona (DFP) pelo método de troca iônica, para criar o sistema DFP-ZBS e polimerizá-lo com quitosana (Ch-chitosan), para criar um outro sistema DFP-ZBS/Ch. As análises de DRX, confirmaram o deslocamento do pico de 9,07 2θ (9,6 Ǻ) para 7,93 2θ (11,1 Ǻ), comprovando que houve a intercalação de DFP nos espaços interlamelares de ZBS. As análises de F.T.I.R e Raman, confirmaram a ausência dos sinais atribuídos aos íons NO3-, presentes nas galerias de ZBS, e o aparecimento dos sinais de DFP, confirmando a intercalação de ZBS com DFP por meio da troca iônica. A polimerização com Ch, foi confirmada através dos espectros de DRX, F.T.I.R e Raman, que são característicos deste polímero. A microscopia eletrônica de varredura (M.E.V), mostrou diferenças morfológicas entre os materiais de ZBS, DFP-ZBS e DFP-ZBS/Ch. A quantificação de DFP intercalado no sistema DFP-ZBS/Ch, foi de 53% (m/m). O teste cinético de liberação controlada, foi realizado utilizando o sistema DFP-ZBS/Ch, em pH próximo de 7,4, à 37°C, simulando o pH sanguíneo, liberando 100% de DFP após 6h de liberação. O teste de liberação controlada, se ajustou aos modelos cinéticos de Korsmeyer-Peppas e Pseudo segunda ordem, com coeficientes de correlação de 0,99 para cada um. Através dos modelos cinéticos, pode-se concluir que o princípio ativo DFP, sofreu difusão através da membrana polimérica de Ch para o interior do meio reacional, sem que houvesse o intumescimento do polímero.