Determinação de mercúrio total em cortes de carnes cruas e processadas termicamente por espectrometria de absorção atômica com amalgamação e dessorção térmica
Carne, Bubalus bubalis, processamento térmico, mercúrio, TDAAAS.
Alguns estudos vêm demonstrando a preocupação com os níveis de mercúrio em alimentos consumidos. A carne bovina é uma das principais fontes de proteínas para nosso consumo. O consumo da carne de bubalinos vem crescendo no mercado brasileiro. Neste estudo, os níveis de mercúrio foi determinado em amostras de carnes de bubalinos (Bubalus bubalis) cruas e processadas termicamente. As amostras foram coletadas em uma fazenda na ilha do Marajó e os cortes de carnes usados foram agulha, alcatra, cabeça de lombo e peito de três animais, sendo um búfalo e duas búfalas, onde uma delas era uma lactante. Depois das amostras descongeladas e cortadas em cubos (2 cm×2 cm×2 cm) com auxílio de uma faca de aço inoxidável, as frações de 100 g do tecido muscular sem a gordura superficial de cada amostra foram triturados em um microprocessador e posteriormente analisadas em um espectrômetro de absorção atômica com almagamação e dessorção térmica. A massa de amostra usada na determinação de Hg foi de 250 ou 300 mg de amostra. O material de referência usado para avaliar o procedimento de análise foi proteína de peixe (DORM-4). A recuperação obtida foi de 102,64% ± 1,02. Os resultados obtidos mostraram que os níveis de mercúrio aumentaram com o tratamento térmico, onde os teores maiores foram obtidos com as amostras processadas na Airfryer com temperatura de 180°C quando comparado com as cozidas (100°C) e as cruas que obtiveram menores valores. Os níveis de mercúrio encontrados nas carnes variaram de 0,9 a 7,9 μg.kg-1. Os valores encontrados estão abaixo do valor permitido de 30 μg kg-1 pelo (escrever por extenso) PNCRC para músculo bovino. A búfala lactante apresentou os maiores níveis de mercúrio, que os valores encontrados para a carne da búfala e do búfalo cujos teores foram menores, exceto para corte cabeça de lombo. Alguns teores mostraram uma correlação significante (p<0.05), como o corte de peito processado na Airfryer com os cortes de alcatra, agulha e peito cru, onde esses mesmo cortes mostraram uma correlação entre si. Isso evidenciou que o tratamento térmico provoca uma perda de umidade aumentando os teores de mercúrio na carne crua e na carne tratada termicamente. O estudo mostrou que apesar dos níveis de mercúrio estarem dentro do limite recomendado para carne bovina e o fato da carne não ser consumida crua, e sim, como qualquer corte bovino tratada com os diversos processamento térmico, as informações obtidas ainda são insipientes, indicando que mais estudos devem ser realizados.