COMPOSIÇÃO QUIMICA DOS ÓLEO ESSENCIAIS E CLASIFICAÇÃO MOLECULAR DE ESPECIES DA TRIBO MYRTEAE (MYRTACEAE) DA AMAZÔNIA PARAENSE
Eugenia, Myrcia, Psidium, terpenoides, variabilidade química, DNA Barcode.
No Brasil, as espécies de Myrtaceae possuem elevada representatividade com ocorrência em todas as regiões do país. Os gêneros Eugenia, Myrcia e Psidium pertencem a tribo Myrteae, a maior tribo da família em número de espécies (ca. 2.500 espécies) distribuídas em 51 gêneros. Englobam espécies produtoras de frutos comestíveis, madeireiras, ornamentais e produtoras de óleos essenciais (OE), ricos em mono e sesquiterpenos. A família apresenta muitos problemas taxonômicos, e por este motivo, é considerada uma das mais complexas quanto à identificação de suas espécies. Com isso, o presente estudo teve como objetivo a busca de marcadores moleculares para autenticação das espécies baseados na composição química e na diversidade genética pela técnica de código de barras de DNA (DNA barcode). Os OEs e o material genético (DNA) foram extraídos das folhas das espécies de E. biflora, E. patrissi, E. uniflora, M. sylvatica, M. splendens, P. guajava, P. guineense e Psidium sp. e os dados da composição química foram agrupados por análise estatística multivariada (Análise de Componentes Principais e Análise hierárquica de Agrupamento) resultando em quatro grupos caracterizados majoritariamente por: I) Hidrocarbonetos sesquiterpênicos; II) sesquiterpenos oxigenados e outros compostos (álcoois, aldeídos, cetonas e fenilpropanoides); III) Hidrocarbonetos monoterpênicos e IV) sesquiterpenos oxigenados. Os principais compostos foram óxido de cariofileno (31,7%-7,3%), selina-1,3,7(11)-trien-8-ona (43,08-21,66%), curzereno (16,2%-46,0%), Intermedeol (9,9%), 2Z,6E-Farnesol (54,2%), seguidos pelos sesquiterpenos E-Cariofileno (17,8-5,4%; β-Elemeno (15,5%) e g-amorfeno (6,8%); derivado fenilpopanóidico hidrocinamaldeído (22,5%) e os Hidrocarbonetos Monoterpênicos como Limoneno (44,03%) e α-pineno (23,1%). O método de Máxima Verossimilhança realizou a reconstrução filogenética, formando dois grupos moderadamente e fortemente suportados: Grupo I (84%), composto por espécies de Psidium, e Grupo II, Eugenia uniflora e Myrcia splendens. As sequências do gene matK foram caracterizadas com maior grau de conservação, enquanto o espaço intergênico psbA-trnH possui alta variabilidade genética e capacidade de discriminação entre espécies. Com base nos resultados obtidos, foi possível observar que os dados genéticos e químicos estão intimamente relacionados com as espécies estudadas.