LIPIDÔMICA DE PEIXES DA AMAZÔNIA: Investigação das modificações nos perfis lipídicos e suas relações com atividade Inflamatória
Peixes; lipídios; ácidos graxos; reimoso; inflamação.
O consumo de peixes no Brasil e no estado do Pará vem crescendo significativamente, delineada pela grande diversidade de espécies desse alimento disponível no mercado. Com isso, cresce a necessidade de termos estudos químicos e nutricionais mais detalhados sobre as diferentes espécies de peixes amazônicos, em virtude da escassez de informações referentes à composição lipídica, visto que, o consumo de certas classes dessas biomoléculas está diretamente relacionado com a saúde humana. Este estudo investigou, o conteúdo lipídico, a composição dos ácidos graxos e possíveis relações inflamatórias dos extratos lipídicos do tecido do musculo e fígado de 6 espécies de peixes da Amazônia, na forma in natura e pós tratamento, indicadas como peixes reimosos (R) e não reimosos (ñR), aplicando técnicas de lipidômica. O estudo envolveu a aplicação de metodologias de extração dos lipídeos totais, separação de classes de lipídios, derivatização de ácidos graxos e esteróides, análises por cromatografia de camada delgada, espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), acompanhado de análise quimiométrica e cromatografia gasosa acoplada a espectroscopia de massas (CG/EM). O tecido muscular das espécies de peixes citada como R, principalmente em tratado 2 (T2) apresentaram de moderado a alto teor de lipídios (4,1-17,56%), enquanto que a maioria das amostras dos peixes ñR foram identificados como peixes magro a baixa gordura (1,06-3,89%). Foram observadas diferenças significativas na quantidade de lipídios entre algumas espécies e os tratamentos (p > 0,05). Os resultados de FTIR usados em análise de componente principal (PCA) e análise de agrupamento hierárquico (HCA) discriminou os grupos de peixes R e ñR, como também permitiu diferenciar espécies, tipo de tecido e partes dos peixes. Este estudo revelou ainda que houve uma relação significativamente negativa em amostras do musculo das espécies reimosas, H. marginatus e P. nigricans em razão dos níveis de ácidos graxos poli-insaturados (AGPIs) examinadas (ω-6/ω-3 > 5), provavelmente associada a seus hábitos alimentares, sugestivo de amostras pró-inflamatórias. Considerando o benefício à saúde associada aos AGPIs, as espécies ñR e mais a espécie B. vailantii apresentaram níveis (ω-6/ω-3 < 5), o que indica peixes mais saudáveis, podendo contribuir positivamente para a prevenção de doenças cardiovasculares e colaborar com melhoraria na saúde humana. Ainda são necessários estudos adicionais para melhores esclarecimentos do reimoso, seja em peixes ou em outros alimentos.