ESTUDO QUÍMICO E ATIVIDADES BIOLÓGICAS DA ESPÉCIE Pachira aquatica AUBL.
Pachira aquatica, ciclopropeno, ácido cafeico e ensaios biológicos.
A espécie Pachira aquatica Aublet pertencente à Família Malvaceae é nativa da região Sul do México até o norte da América do Sul. No Brasil P. aquatica é conhecida como monguba, mamorana, munguba, castanheira do Maranhão, cacau selvagem, cacau falso ou castanhola. Na literatura, estudos relatam que nas sementes de P. aquatica são comumente identificados ácidos graxos como o palmítico, oleico e esteárico. Também há relatos de compostos fenólicos encontrados nas sementes como o ácido clorogênico e cafeico. Em outras partes da planta já foram identificados o p-curamato de triacontila, lupeol, isoemigossipolona e um novo bis-norsesquiterpenóide assimétrico (Aquatidial). Com base nesses relatos, o presente trabalho teve como objetivo realizar o isolamento e identificação de substâncias, composição química e atividades biológicas dos extratos das folhas, flores, casca e sementes de P. aquatica. Os extratos brutos metanólico das folhas (EBM – Folha), casca (EBM – Casca) e extrato bruto etanólico das flores (EBE – Flores) foram submetidos ao fracionamento em coluna clássica (CC) e estudo cromatográfico em HPLC, levando ao isolamento de seis substâncias. Dentre as substâncias isoladas uma foi identificada como o ácido clorogênico (S1), quatro foram identificadas como derivados do ácido cafeico (S3-S6) e uma substância glicosilada (S2). Nas sementes foram realizadas duas extrações (à quente e à frio) para comparação de estudos. Nos extratos das sementes da extração à frio foi identificado a presença de ciclopropeno que na literatura há relatos sobre a sua toxicidade. No extrato das sementes da extração à quente não foi identificado o ciclopropeno sugerindo uma decomposição térmica. No bioensaio realizado com Artemia salina o extrato acetônico da extração à quente das sementes de P. aquatica não apresentou atividade tóxica. O EBE – Flores, fração Fr-1 do EBM – Folhas, os extratos hexânico, acetato de etila e acetônico da extração à frio das sementes de P. aquatica apresentaram toxicidade frente ao bioensaio com Artemia salina. Na avaliação da atividade antimicrobiana a fração Fr-1 e Fr-5 do EBM – Folhas, subfrações Sub 04 e 05 do EBM – Folhas e extrato bruto etanólico (EBE – Apolar) da extração à quente das sementes de P. aquatica apresentaram atividade frente à bactéria Salmonella spp. A Fr-5 do EBM – Folhas também apresentou atividade antimicrobiana frente às bactérias Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa.