Desenvolvimento de um procedimento analítico alternativo de preparo de amostras e bioacessibilidade de As e Hg em moluscos bivalves.
Constituintes inorgânicos, Bioacessibilidade, Ácido fórmico,Técnicas analíticas, Moluscos bivalves.
O alimento é uma das principais fontes de contaminação para saúde humana, dentre os quais destacam – se os organismos aquáticos. Uma das espécies aquáticas mais estudadas são os moluscos bivalves que são animais filtradores e que possuem a capacidade de acumular uma série de poluentes, inclusive os elementos inorgânicos. Este trabalho teve como objetivo desenvolver um procedimento analítico de preparo de amostras para determinação de Al, Ca, Cr, Cu, Fe, Mg, Mn, Ni, P, Pb e V usando ácido fórmico diluído e o estudo da bioacessibilidade de As e Hg em moluscos bivalves. No desenvolvimento do procedimento analítico para determinação de Al, Ca, Cr, Cu, Fe, Mg, Mn, Ni, P, Pb e V usando ácido fórmico diluído foram otimizadas as condições de extração (concentração de ácido fórmico, volume de ácido fórmico e a temperatura de extração) usando 0,25 g de material de referência certificado de proteína de peixe (DORM 4) e planejamento fatorial de 23 com 5 replicatas no ponto central. A melhor condição de extração obtida foi ácido fórmico 40% (v/v), 15 ml de agente extrator e temperatura do banho de 85 ºC. Os elementos estudados foram determinados nos extratos usando um espectrômetro de emissão óptica com plasma acoplado indutivamente (ICP OES). Para maioria das amostras de ostra, os teores de Ca, Cr, Fe, Ni, P, Pb e V foram maiores quando comparados aos valores obtidos para as amostras de mexilhão. Por outro lado, Al e Mg foram encontrados em altas concentrações nas amostras de mexilhão. Algumas amostras de ostras apresentaram níveis altos de Mn. Os teores de Cu foram similares nas amostras estudadas. No estudo da bioacessibilidade de As e Hg foi usado um espectrômetro de absorção atômica em forno de grafite (GF AAS) para determinar As nos digeridos e nas frações bioacessíveis e a espectrometria de absorção atômica com decomposição térmica e amalgamação (TDA AAS) para quantificar Hg nas amostras e nas frações bioacessíveis. Os teores totais de As foram elevados nas amostras de ostras quando comparado às amostras de mexilhão. As concentrações obtidas para mercúrio foram elevadas em algumas amostras de ostras em relação às amostras de mexilhão. Os resultados obtidos para bioacessibilidade de As e Hg foram 44 – 102,5% e 61,3 – 99.9%, respectivamente. O procedimento alternativo de preparo de amostras se mostrou simples, adequado e viável para determinação de Al, Ca, Cr, Cu, Fe, Mg, Mn, Ni, P, Pb e V em ostras e mexilhão. O estudo de bioacessibilidade de As e Hg nas amostras mostrou que uma quantidade significativa de As e Hg estão bioacessíveis nos alimentos estudados.