GEOESTATÍSTICA APLICADA À DINÂMICA ESPAÇO-TEMPORAL DA QUALIDADE DA ÁGUA DA UHE DE TUCURUÍ
Geoestatística; Sazonalidade; Parâmetros Físico-Químicos
O reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (UHT), localizada no Estado do Pará, Brasil, assim como outros reservatórios construídos na Amazônia, está sujeito a mudanças temporais naturais e principalmente aos efeitos orindos de ações antrópicas que por sua vez, interferem no equilíbrio ambiental. O objetivo deste trabalho consistiu em verificar os efeitos sazonais sobre as variáveis físico-químicas da água do reservatório de Tucuruí aplicando uma abordagem geoestatísitica para o estudo dos efeitos espaço-temporal da qualidade da água avaliando e mapeando a distribuição espacial dos parâmetros físico-químicos do reservatório. Utilizou-se o software Sufer 13 para a interpolação da distribuição espacial dos dados e o Qgis 16.2 para o georefenciamento das bandas RGB da imagem de satélite Landsat. Foram avaliados 10 (dez) variáveis (Temperatura, OD, Turbidez, TDS, Condutividade, pH, Cloreto, DQO, Fosfato, Clorofila) de qualidade da água em quatro estações (inverno, intermediário I, verão e intermediário II), por um período de 1 (um) ano. Foram selecionados 16 (dezesseis) pontos amostrais distribuídos ao longo da represa, onde foram analisadas amostras de toda a coluna d’água (superfície, meio e o fundo) para cada ponto. Os resultados foram comparados com os limites máximos preconizados pela Resolução CONAMA 357/2005. Os dados mostraram que o OD no meio e no fundo para as estações intermediárias em vários pontos, estiveram com concentrações inferiores à 5 mg.L-1 quanto a sua saturação na água, onde, através de seus mapas de isoteores foi possível constatar essa alteração e sua influência quanto a espaços não amostrados na represa. Outros parâmetros estiveram dentro dos limites máximos segundo a mesma resolução, no entanto, apresentaram alterações que indicam a influência de atividades humanas como agrícolas e lançamento de efluentes domésticos. O estudo mostrou que a sazonalidade contribui quanto às alterações no sistema lacustre, onde, as estações intermediárias foram as que tiveram mais alterações nos parâmetros avaliados. Os mapas de isoteores mostraram confiabilidade na interpretação espaço-temporal dos resultados e, sendo uma boa ferramenta que possibilita estimar tendências às alterações nas variáveis ambientais em locais não amostrados a partir de um número mínimo de amostras, além de servir como banco de dados para tomada de decisões em pesquisas futuras.