AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE ARGILAS ESMECTITAS ADSORVIDAS COM FLAVONÓIDES DO EXTRATO DO AÇAÍ EM UMA DIETA PARA RUMINANTES
Esmectita, Adsorção,Bioativos, Açaí, Flavonóide, Nutrição animal
A alimentação têm um aspecto fundamental na nutrição, desenvolvimento e na
produtividade de animais ruminantes, influenciando na qualidade de produtos
derivados (carne e leite) e na poluição do meio ambiente (produção do metano). A
dieta desses animais está sujeita a contaminação por bactérias, micotoxinas e
metais pesados, substâncias nocivas que podem causar efeitos colaterais como o
crescimento mais lento, câncer, problemas reprodutivos e neurológicos. Vale
ressaltar que a saúde humana pode ser prejudicada pelo consumo dos sub
produtos produzidos por esses animais. Nesse sentido, torna-se imprescindível o
estudo de aditivos na dieta ruminante que possam combater essas substâncias
nocivas. Trabalhos recentes tem demonstrado que argilas esmectitas, além de
serem um material de baixo custo, podem adsorver micotoxinas através de forças
intermoleculares. A modificação da argila com íons metálicos ou surfactantes
catiônicos podem proporcionar uma atividade antibacteriana, ou seja, a
modificação estrutural com compostos orgânicos pode melhorar a sua capacidade
de adsorção ou atividade biológica no organismo do animal. Uma das substâncias
orgânicas estudadas atualmente são os flavonoides encontrados principalmente
em plantas e frutos. A região amazônica destaca-se por ter uma grande
biodiversidade de espécies vegetais. Uma destas é a palmeira amazônica Euterpe
oleracea, que produz um fruto conhecido na região norte como açaí, exportado
atualmente em escala mundial. A coloração roxa-violeta do fruto é resultado da
alta concentração de compostos bioativos, principalmente os flavonoides, que
possuem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e anti-bacteriana, com
aplicações na indústria farmacêutica e alimentícia (corantes naturais e conservantes).
Nesse trabalho foi avaliado o potencial de duas argilas esmectitas adsorvidas com
flavonóides do extrato do fruto açaí, como aditivos em uma dieta ruminante através de
estudo in vitro. O processo de adsorção foi realizado em batelada com temperatura
ambiente (25°C). Os extratos utilizados foram quantificados pelo método estabelecido
por Askar e Treptow por espectroscopia na região do Utravioleta-visível. As argilas
foram caracterizadas por Difração de Raio-x, Análise térmica e Adsorção-dessorção
de N 2 . A espectroscopia na região do infravermelho proporcionou a identificação de
bandas características de compostos fenólicos adsorvidos nas argilas. Os resultados
obtidos por Cromatografia líquida de Ultra-Alta eficiência (UHPLC) demonstraram que
as argilas EAE e ECE, adsorveram os flavonoides majoritárias do açaí que são
cianidina-3-glicosídeo e cianidina-3-rutinosídeo. A capacidade de adsorção foi de
205mg/g e 178mg/g para EAE e ECE respectivamente. Demonstrando dessa forma
que as argilas esmectitas adsorveram os compostos bioativos do açaí e apresentam
potencial para serem utilizadas como aditivo em uma dieta ruminante.
Palavras – chave: Ruminante, Esmectita, Adsorção, Flavonóide, Bioativos, Açaí,