Hg E As EM ÁREA IMPACTADA POR ATIVIDADE GARIMPEIRA EM TERRA INDÍGENAS DA AMAZÔNIA
Garimpo; elementos tóxicos; indígenas; fator de risco, contaminação do ecossistema.
Ao longo dos anos as terras indígenas da Amazônia vêm sofrendo impactos ambientais devido à invasão dos locais das reservas por garimpos. A mineração do ouro libera no ambiente, elementos tóxicos como o arsênio e mercúrio que podem trazer danos à saúde às populações indígenas. O objetivo deste estudo foi avaliar os riscos de contaminação pelos elementos tóxicos arsênio e mercúrio aos quais os povos indígenas estão expostos em uma área impactada por atividade garimpeira na bacia dos rios Baú, Curuá e Curuaés, Altamira-PA. No total foram coletadas 45 amostras de água de rio, 10 amostras de água de poço, 55 exemplares de peixe e 10 exemplares de tracajá. A quantificação dos metais ocorreu por Espectrometria de Emissão Ótica com Plasma Indutivamente Acoplado com Geração de Hidretos. Os resultados de água de rio, de consumo, peixe e tracajá foram comparados com os valores de referência da Resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, Portaria 888/2021 do Ministério da Saúde e Resolução 487/2021 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A avaliação de risco foi realizada de acordo com os procedimentos da Agência de Proteção Ambiental dos EUA. O As apresentou níveis seguros em todas as amostras; entretanto, para o Hg algumas amostras de água e peixe estiveram acima dos limites preconizados na legislação. Os mapas de isoteores da concentração dos elementos avaliados facilitaram a visualização da distribuição espacial de As e Hg na água dos rios. A avaliação de risco para o consumo de água, pescado e tracajá pelas razões HQ e HI revelou que apenas o consumo de pescado, ligado à presença de Hg, representa a existência de riscos deletérios aos povos indígenas, principalmente às crianças. Esses fatores sugerem que a presença de Hg originário do garimpo de ouro é um fator que prejudica o ecossistema aquático.