Estudo químico e prospecção de compostos bioativos de plantas medicinais de ocorrência no bioma Amazônico
antioxidant capacity; bioactive molecules; hydrolysable tannins and flavone derivatives;
Descrevemos um estudo com Ludwigia decurrens que é uma espécie nativa no Brasil e popularmente conhecida como cruz-de-malta. Na literatura, apenas um estudo de avaliação da atividade antimicrobiana das folhas está descrito, contudo a quimiotaxonomia do gênero sugere que esta planta produza metabólitos com especialidades farmacológicas importantes. Dentre essas, moléculas capazes de prevenir e proteger as células do colapso oxidativo são bastante procuradas. Nessa perspectiva, medimos a capacidade antioxidante via ORAC do extrato metanólico das folhas de L. decurrens e de 8 compostos isolados e identificados por RMN. Os resultados foram promissores, com destaque para Isoorientin (29) que apresentou um valor de 18.445±0,6 mmol TE/g sample. Com base nisso, ampliamos a decifração química através da UPLC-MS com a perspectiva de encontrar outros compostos com características antioxidantes que pudessem reforçar o manejo de futuras aplicações farmacológicas em diferentes épocas sazonais. Assim, apoiados por ferramentas computacionais, padrão de fragmentação dos isolados e consulta em bibliotecas espectrais, propagamos anotação química para outros 54 compostos tipificados em ácidos fenólicos e outros, flavonas C-glicosiladas, galotaninos e elagitaninos. Especialmente alguns desses (3, 5, 13, 32, 37) já são certificados como bons antioxidantes e farmacologicamente ativos. Além disso, todos os compostos isolados são relatados pela primeira vez na espécie e isso traz valiosas contribuições quimiossistemática para o gênero.