DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE REDES SEMI INTERPENETRANTES DE PCL-pHEMA-COPAÍBA PARA POTENCIAL USO COMO SCAFFOLDS NA ENGENHARIA DE TECIDOS
Engenharia de tecidos; scaffolds; rede semi-IPN; PCL-pHEMA-copaíba; óleos vegetais amazônicos.
A engenharia de tecidos atua como uma alternativa para substituir órgãos e tecidos do sistema biológicos que foram afetados por alguma enfermidade, sem estimular reações adversas no paciente. Ao usar a junção entre células do próprio paciente, fatores de crescimento e scaffolds tridimensionais (biomateriais), é possível criar uma estrutura, com propriedades otimizadas, que vai favorecer a regeneração do local lesionado. Para isso, então, torna-se necessário estudar com profundidade o tipo de material que será usado como scaffold. Entre os materiais nessa área, destacam-se os polímeros e hidrogéis (Poli (ε-caprolactona) (PCL) e poli (2-hidroxietil metacrilato) (pHEMA), respectivamente). A PCL é biorreabsorvível, biodegradável, atóxica e biocompatível, no entanto é hidrofóbica. Por outro lado, o pHEMA é biocompatível, atóxico, hidrofílico, mas não apresenta boa degradabilidade. Sendo assim, ao unir as propriedades desses dois materiais, usando uma estrutura de redes semi-interpenetrantes (semi-IPN), pode-se ter um produto novo, com efeito sinérgico dos polímerosindividuais. Além disso, é possível intercalar compostos bioativos, através do uso de óleos vegetais amazônicos, nessas estruturas para potencializar, ainda mais, a regeneração do tecido e combater possíveis infecções por microrganismos. Visto isso, portanto, esse trabalho objetiva a obtenção e caracterização de redes semi-IPN de PCL-pHEMA-copaíba para uso como scaffolds na engenharia de tecidos, usando a técnica de rotofiação. Os resultados demonstraram com sucesso o processamento de fibras PCL (com e sem óleo de copaíba) e a possível formação de redes semi-IPN PCL-pHEMA. O espectro de FTIR mostrou interações dos grupos funcionais dos materiais, confirmando a incorporação do óleo na estrutura do PCL e a formação de redes semi interpenetrantes. As micrografias revelaram microfibras emaranhadas e desorganizadas em todas as amostras, com diferentes diâmetros e porosidades. A análise do ângulo de contato demonstrou que a adição do hidrogel à estrutura do PCL otimizou as propriedades hidrofílicas do material. Os termogramas confirmaram que o material não sofreu alteração significativa na estabilidade térmica com a adição do hidrogel e do óleo. Testes microbiológicos confirmaram a ação antimicrobiana do óleo de copaíba contra bactérias gram-positivas. Espera-se, por fim, que um novo biomaterial seja desenvolvido para uso na engenharia de tecidos valorizando o uso de recursos naturais amazônicos.