Efeitos do uso crônico de midazolam em glândulas salivares e saliva: avaliação bioquímica, tecidual e de funções salivares
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Os benzodiazepínicos são uma classe de medicamentos usados como ansiolíticos, hipnóticos, sedativos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes. Dentre eles, o midazolam é um dos mais utilizados em procedimentos de sedação.No panorama atual da pandemia da COVID-19, cerca de 20% dos pacientes desenvolvem a forma grave da doença necessitando de suporte ventilatório mecânico e consequentemente de sedação medicamentosa. A sedação de longo prazo com midazolam em unidades de terapia intensiva (UTI) pode causar sérios efeitos adversos como perda dos reflexos das vias aéreas, depressão respiratória e até apnéia. Além disso, pode afetar a saúde bucal dos pacientes, onde a xerostomia e hiposalivação destacam-se dentre os efeitos colaterais orais mais comuns. Desta forma, mostra-se de extrema relevância elucidar os possíveis efeitos adversos decorrentes desse longo período de administração. Os primeiros estudos avaliando os efeitos de benzodiazepínicos em glândulas salivares como os de Zaclikevis, Rinaldi e Mattioli, mostraram que o uso por longos períodos consegue comprometer a estrutura morfológica de glândulas salivares. Entretanto, não elucidaram os mecanismos bioquímicos e moleculares que desencadeiam esses efeitos ou mesmo as repercussões sobre a saliva, e utilizaram doses que não correspondem ao administrado em humanos. Aliado a isso, estes estudos não dissociam os efeitos entre os três grandes pares de glândulas salivares, as quais apresentam estrutura, funcionamento e produto de secreção diferentes. Estes estudos avaliam os efeitos apenas em glândula parótida ou sobre uma população celular específica, não levando em consideração, por exemplo, as glândulas submandibulares que são responsáveis pela produção de aproximadamente 70% da saliva total.Desta forma, o objetivo deste trabalho é investigar os efeitos da administração prolongada de midazolam em ratos adultos, em doses correspondentes ao recomendado em humanos, sobre a bioquímica oxidativa, alterações histopatológicas e morfométricas e repercussões salivares em comparação aos animais que não receberão.