EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBICO DE INTENSIDADE MODERADA SOBRE PARÂMETROS BIOQUÍMICOS E MORFOLÓGICOS DA MEDULA ESPINHAL DE RATOS EXPOSTOS AO ETANOL NO MODELO BINGE DRINKING
Etanol, binge-drinking, medula espinhal, treinamento físico, moderado, sistema redox, neuroinflamação
O etanol (EtOH) é uma droga psicotrópica, lícita, incentivada em grande parte do
mundo, retratando uma problemática de saúde pública pertinente. Entre os
adolescentes e adultos jovens o padrão mais comum de consumo é o binge drinking,
modelo proposto neste trabalho, sendo considerado consumo de fim de semana
podendo gerar dependência e diversos danos ao organismo. O consumo do etanol
pode afetar as funções e ter impactos no sistema nervoso, causando neuroinflamação
e neurodegeneração. Não obstante, o treinamento físico moderado parece estar
associado com a redução dessa neuroinflamação, modulação da neurogênese e do
sistema redox cerebral, além de contribuir como mecanismo para a neuroplasticidade.
Tendo em consideração os benefícios do treinamento físico moderado, foram
investigados os efeitos neuroprotetores sobre os parâmetros teciduais e bioquímicos
na medula espinhal de ratos expostos ao EtOH no padrão binge, da adolescência a
fase adulta. Para isso, foram utilizados 60 ratos Wistar machos albinos com 90 dias
de vida, e divididos em quatro grupos experimentais, sendo o controle, com animais
sedentários e tratados com H2O destilada; o treinado, composto por animais
exercitados e tratados com H2O destilada; o EtOH, formado por animais sedentários
e tratados com doses de 3 g/kg/dia de EtOH, 20% (p/v); e o Treinado + EtOH, com
animais exercitados e tratados com doses de 3g/kg/dia de EtOH, 20% (p/v). O
protocolo de treinamento físico foi realizado em uma esteira ergométrica para
roedores durante 5 dias por semana, por 4 ciclos e as doses do EtOH no padrão binge,
foram administradas por gavagem intragástrica nas mesmas semanas do treinamento
físico. Após o término desse período, os animais foram eutanasiados para a
dissecação da medula espinhal, avaliando a partir dos níveis da capacidade
antioxidante equivalente ao trolox (TEAC), da glutationa reduzida (GSH), e
substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS); como também, a análise
histológica para quantificação de motoneurônios (MN). De acordo com os resultados,
o EtOH causou acentuado estresse oxidativo, porém o dinamismo do exercício físico
realizado paralelamente a exposição ao EtOH promoveu efeitos neuroprotetores na
medula espinhal dos ratos, entre eles, a modulação da bioquímica oxidativa pela
restauração dos níveis de GSH, o EtOH ocasionou redução dos níveis de GSH, sendo
o treinamento físico capaz de minimizar essa alteração, enquanto que o modelo binge
drinking e o treinamento físico não foram capazes de ocasionar diferenças do TEAC
entre os grupos estudados e a exposição ao EtOH foi capaz de ocasionar aumento de
TBARS. Portanto, o treinamento físico pode ser considerado como uma estratégia
neuroprotetora, evitando assim o contra um possível desbalanço no sistema redox,
como também, danos teciduais e funcionais na medula espinhal de ratos expostos ao
EtOH no padrão binge.