IMPACTO DA QUALIDADE DA FINALIZAÇÃO ORTODÔNTICA SOBRE A ESTABILIDADE DO ALINHAMENTO DENTÁRIO ANTERIOR
Ortodontia;estabilidade; finalização ortodôntica; alinhamento dentário anterior.
Objetivo: avaliar se a qualidade da finalização ortodôntica do alinhamento dentário influencia a estabilidade da posição dos dentes anteriores a longo prazo.
Material e método: este estudo retrospectivo avaliou 38 pacientes sem contenção ortodôntica, ao início do tratamento (T0), ao final (T1) e pelo menos 5 anos pós T1 (T2). O alinhamento dentário anterior foi mensurado em modelos de gesso através do índice de Little (IL) nos três momentos. A diferença T2-T1 representou a estabilidade do alinhamento. O impacto na estabilidade do alinhamento foi verificado através de regressão linear múltipla tendo as seguintes variáveis preditoras: IL-T0, IL-T1, diferença da largura intercaninos T1-T0 (LIC T1-T0), idade, sexo, tempo sem contenção e presença dos terceiros molares. Casos bem finalizados (IL<1.5mm) e mal finalizados (IL>1.5mm) foram comparados em T2 através do IL. O erro do método foi analisado através do método de Bland-Altman.
Resultados: no arco superior,a estabilidade do alinhamento anterior foi inversamente associada à qualidade da finalização (R²=0.378, p<0.001) e à idade em T1 (R²=0.056, p=0.027). As alterações pós-tratamento tornavam os casos finalizados com deficiência semelhantes aos finalizados com excelência (p=0.917). No arco inferior, casos que sofreram aumento na LIC durante o tratamento apresentaram pior estabilidade doa alinhamento (R²=0.109, p=0.034). Nesse arco, casos bem finalizados ainda apresentaram a longo prazo (T2) um melhor alinhamento que os mal finalizados (p=0.011).
Conclusão: as alterações pós-tratamento do alinhamento ortodôntico anterior possuem diferentes componentes causais entre o arco superior e inferior. Em pacientes sem contenção a qualidade da finalização não garante a estabilidade do alinhamento. No arco superior, as alterações são mais significativas a longo prazo quanto melhor a qualidade do alinhamento ao final do tratamento, enquanto no inferior as alterações não dependem da qualidade da finalização e são mais significativas em pacientes que sofreram expansão durante o tratamento.