AVALIAÇÃO DA IMUNOEXPRESSÃO DE PROTEÍNAS ASSOCIADAS À PROLIFERAÇÃO E INVASÃO TUMORAL EM DIFERENTES TIPOS HISTOLÓGICOS DO AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO E AMELOBLASTOMA CONVENCIONAL
ameloblastoma, imuno-histoquímica, invadopódio, proliferação celular, apoptose
Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar, em diferentes tipos de ameloblastoma unicístico (AU) e ameloblastoma covencional (CAM), se a expressão dos marcadores de proliferação celular e apoptose está associada à localização das células neoplásicas, se a expressão das proteínas relacionadas à formação dos invadopódios está associada ao grau de invasividade tumoral e se a redução de oxigênio no microambiente tumoral está associada à formação dos invadopódios em condições de hipóxia e ao grau de invasividade tumoral.
Material e métodos: Foi realizado um estudo imuno-histoquímico com amostra de 29 casos de ameloblastoma unicístico, 9 casos de ameloblastoma convencional e 9 casos de folículos dentários. A proliferação celular foi avaliada usando Ki-67 e a apoptose foi verificada pela expressão de Caspase-3. O potencial de invasividade tumoral foi avaliado a partir da imunoexpressão das proteínas formadoras dos invadopódios: MT1-MMP, cortactina, Tks-4 e Tks-5 e das proteínas associadas à formação dos invadopódios em condições de hipóxia: HIF-1α, NOTCH-1, ADAM-12 e HB-EGF.
Resultados: O ameloblastoma unicístico mural (MUA) apresentou maior imunoexpressão de Ki-67 (p < 0,05) e menor imunomarcação de Caspase-3 (p < 0,05), em comparação com os subtipos luminal (LUA) e intraluminal (IUA) do ameloblastoma unicístico (UA) e do ameloblastoma convencional (CAM). As células neoplásicas da cápsula cística do MUA apresentaram maior expressão da proteína Ki-67 (p < 0,0001) e menor expressão de Caspase-3 (p < 0,0001), em comparação com o lúmen. O MUA apresentou maior imunoexpressão de MT1-MMP, cortactina, Tks-4 e Tks-5 que o LUA (p< 0,0001) e IUA (p< 0,0001). O CAM teve menor imunoexpressão das proteínas MT1-MMP (p < 0,0001), cortactina (p < 0,01), Tks-4 (p < 0,0001) e Tks-5 (p < 0,0001), quando comparado ao MUA. As células neoplásicas da cápsula cística do MUA apresentaram maior percentual de imunoexpressão de MT1-MMP (p < 0,0001), cortactina (p < 0,001), Tks-4 (p < 0,0001) e Tks-5 (p < 0,0001), quando comparadas às células neoplásicas presentes no lúmen. O MUA apresentou maior imunoexpressão de NOTCH-1, ADAM-12, HIF-1α e HB-EGF que o LUA (p< 0,0001) e IUA (p< 0,0001). As células neoplásicas do CAM tiveram menor imunoexpressão das proteínas NOTCH-1 (p < 0,0001), ADAM-12 (p < 0,0001) e HIF-1α (p < 0,0001), quando comparado às células neoplásicas da cápsula cística do MUA. Não houve diferença estatística quando comparamos a imunoexpressão do HB-EGF nas células neoplásicas da cápsula cística de MUA com as células do CAM. As células neoplásicas da cápsula cística do MUA apresentaram maior percentual de imunoexpressão de NOTCH-1 (p < 0,0001), ADAM-12 (p < 0,0001), HIF-1α (p < 0,001) e HB-EGF (p < 0,0001), quando comparadas às células neoplásicas presentes no lúmen. Os folículos dentários apresentaram menor imunomarcação de todas as proteínas avaliadas, quando comparados às neoplasias.
Conclusão: A maior imunoexpressão do Ki-67 e a menor imunoexpressão da Caspase-3 no MUA sugerem uma associação entre o comportamento biológico e a localização das células neoplásicas em um tumor. Além disso, as células neoplásicas presentes na cápsula cística do MUA apresentaram maiores taxas de imunoexpressão das proteínas relacionadas à formação dos invadopódios e das proteínas relacionadas à formação dos invadopódios em condição de hipóxia, quando comparadas às células neoplásicas localizadas no seu próprio lúmen e às células neoplásicas de LUA e IUA, o que sugere que as células localizadas mais próximas à região óssea e a redução de oxigênio no microambiente tumoral podem influenciar em um comportamento biológico mais agressivo do MUA, em comparação aos subtipos LUA e IUA.