PERCEPÇÕES DOS ENDODONTISTAS BRASILEIROS SOBRE O ACESSO ENDODÔNTICO MINIMAMENTE INVASIVO
endodontia, endodontista, percepção, procedimentos cirúrgicos de mínimo acesso
Objetivo: Conhecer a percepção do endodontista brasileiro em relação ao acesso endodôntico minimamente invasivo (AEMI). Identificar a base sobre a qual a escolha é feita e como as informações necessárias para a escolha são adquiridas. Metodologia: Neste estudo transversal, endodontistas registrados no conselho federal de odontologia de todos os estados Brasileiros foram contactados aleatoriamente e, ao concordar em participar, responderam a um questionário validado. Considerando uma probabilidade de ocorrência de 50% com erro amostral de 5%, obteve-se o cálculo amostral mínimo de 376 endodontistas. Além da análise descritiva dos dados, o teste qui-quadrado de Pearson avaliou a associação entre as variáveis de interesse e o tipo de acesso (α= 0,05). Resultados: Dos 378 participantes, a maioria realiza cavidades de acesso tradicionais para dentes anteriores (55,8%) e posteriores (66,4%). Os endodontistas “concordam e/ou concordam totalmente” que o AEMI aumenta a resistência à fratura (49,5%), dificulta a localização dos canais (84,4%), dificulta a centralização do instrumento durante o preparo (73,4%), aumenta as chances de transporte apical (43,4%), aumenta o acúmulo de debris (60,1%), prejudica a limpeza da câmara pulpar (74,6%), aumenta o potencial para desvios iatrogênicos (63%), aumenta o potencial para fratura de instrumento (68,3%) e aumenta o potencial para escurecimento coronário (57,6%). Em uma escala de 0 a 5, a maioria dos participantes declarou ter um nível de conhecimento 4 sobre AEMI (28%), destes, a maioria atua como endodontista entre 16 a 20 anos (42,2%; p<0.001). Conclusão: Os endodontistas Brasileiros participantes desta pesquisa acreditam que o AEMI aumenta a resistência à fratura, embora as evidências científicas não apontem relação do AEMI com a resistência à fratura dos dentes. Fatores relacionados aos dados profissionais e ao nível de conhecimento sobre AEMI foram significativamente relacionados ao tipo de acesso endodôntico realizado com maior frequência na rotina clínica.