Geissoschizolina N4-metilcloro isolado de Geissospermum leave (Vell.) Miers: Potencial antimicrobiano e estudos in silico
Alcaloide indólico; antimicrobianos; farmacocinética; toxicidade
Estudos têm demonstrado que o extrato e as frações de Geissospermum leave foram ativas contra bactérias gram positivas e negativas, com e sem resistência, entretanto, ainda não foi realizado um estudo a respeito da ação estremada de seus alcaloides, como a geissoschizolina N4-metilcloro. Nesse sentindo, o objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial antimicrobiano do alcaloide geissoschizolina N4-metilcloro de G. leave e seu efeito sinérgico. Para isso, o alcaloide foi obtido das cascas via partição líquido-líquido e então submetido a métodos espectrométricos para identificação do mesmo. As cepas utilizadas nesse estudo serão as cepas sensíveis de Staphylococcus aureus (ATCC 6538) e Escherichia coli (ATCC 25922) e as resistentes Pseudomonas aeruginosa (ATCC 27853), Acinetobacter baumannii (CCBH 3174), Klebsiella pneumoniae (CCBH 4955), Enterobacter cloacae (CCBH 12049), P. putida (IEC 001) e E. cloacae (IEC 039) e método empregado será o da microdiluição seriada e serão estabelecidos a Concentração Inibitória Mínima (CIM) e a Concentração Inibitória 50% (CI50). Para o sinergismo foi utilizado o método do checkerboard. Para avaliação in sílico a molécula foi desenha em MarvinSketch e otimizada em Avogadro, e então submetida a predição farmacocinética e toxicológica via servidor ADMETLab 2.0. Para avaliação in sílico serão estabelecidos os aspectos farmacocinética e toxicológica, bem como a docagem molecular. O precipitado foi submetido a análise CCD sugerindo tratar-se de alcaloide, em CLAE-DAD observou-se único sinal com TR 9,21 min e absorbância na região do UV em λ 240,7 e 294,9nm, sugerindo um caráter indólico, que foi confirmado através do IV-TF que demonstrou deformações axiais O-H, C-H e H orto-dissubstituído e por RMN que apresentou sinais característicos no anel indólico, através do MS foi confirmando que a substância se trata da geissoschizolina N4-metilcloro isolado pela primeira vez nessa espécie. As cepas ATCC 6538 foi sensível a todos os fármacos testados, ATCC 25922 foi resistente apenas tobramicina e ATCC 27853 foi resistente a todos os fármacos testados. O estudo in sílico do alcaloide demonstrou que ele tem uma absorção no TGI limitada, baixa ligação a proteína plasmática, metabolismo pela CYP e inibi apenas a CYP2D6. A molécula apresentou apenas potencial carcinogênico para rato, porém não foi tóxico para crustáceos, peixes, alga e não apresentou potencial mutagênico. Espera-se que o alcaloide possua atividade antimicrobiana e baixa toxicidade.