ATIVIDADE ANTILEISHMANIA DE ALCALOIDES DE Aspidosperma
nitidum Benth (Ex. Müll.Arg) E POSSÍVEIS MECANISMOS DE AÇÃO.
Aspidosperma nitidum; docking; Leishmania
De Aspidosperma nitidum foram isolados alcaloides promissores para o tratamento da leishmaniose e estudos em microscopia eletrônica demonstraram alterações morfológicas no corpo celular, flagelo (diminuição do tamanho e flagelos duplos) e no seu citoplasma, principalmente na bolsa alveolar. Este trabalho tem como objetivo determinar o possível mecanismo de ação antileishmania de alcaloides de A. nitidum. Através da maceração do pó obtido das cascas foi obtido o extrato etanólico (EEAN), que foi submetido a partição ácido: base, obtendo-se as frações de neutros (FNAN) e de alcaloides (FAAN). A FAAN foi analisada através da cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a arranjos Diiodos (HPLC-DAD) e da ressonância magnética nuclear. Para os estudos de predição, Mcule para físico-química, PreADMET para farmacocinética, farmacodinâmica e toxicidade e VEGA também para Toxicidade, e para o docking o programa GOLD. Em todas as amostras EEAN (rendimento=5,1%), FNAN (21,8%) e FAAN (29,25%) foram detectados alcaloides, porém o foco dos estudos fitoquímicos foi a FAAN. As analises em CLAE-DAD, sugerem a presença de alcaloides, bem como no RMN. A partir de FAAN obteve-se subfrações 5-6, diidrocorinanteol e subfração 9 apresentaram, de forma concentração-dependente, atividade contra a forma promastigota de L. amazonensis, causando principalmente alterações estruturais no citoesqueleto e no flagelo. Os estudos de predição apontam que apenas a Desoxicordifolina não seguiu a regra de Lipinski, e baseado na toxicidade, as moléculas a Aspidospermina, Diidrocorinanteol e Corinanteol parecem ser o mais promissor. No docking molecular, para a proteína actina (P1), o corinanteol foi o composto que melhor se ligou à proteína em comparação com o inibidor cristalografado, para a proteína do cinetócoro (P2), todos os compostos se ligaram melhor e de modo mais estável que o inibidor imidazol, para o transportador intraflagelar (P3), o corinanteol foi o composto que melhor se ligou à proteína em comparação com o GDP, e para a proteína BILBO2 (P4), o ligante cristalografado FPC4 foi superior a todas as moléculas estudadas. Em síntese, o corinanteol parece ser a molécula mais promissora atuando tanto no citoesqueleto quanto no flagelo, sendo que o diidrocorinanteol também atua no flagelo e citoesqueleto de modo menos eficaz.
Palavras-Chaves: Aspidosperma nitidum; Docking; Leishmania.