ESTUDO QUÍMICO E ATIVIDADE ANTIVIRAL IN VITRO DE FICUS CITROFOLIA MILL. (MORACEAE)
Arboviroses; fitoquímica; prospecção farmacológica.
A espécie Ficus citrifolia, comumente denominada como figueira ou gameleira preta, é amplamente utilizada como agente na medicina baseada em conhecimentos tradicionais. No entanto, pouco se conhece sobre o perfil molecular e potenciais atividades farmacológicas desta espécie. Neste sentido, o extrato etanólico das folhas de F. citrifolia foi submetido a análises de cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas com objetivo de revelar novas informações acerca do perfil químico desta espécie. Ainda, em vista de descobrir novos efeitos farmacológicos, o extrato também foi submetido a testes antivirais in vitro contra cepas dos arbovírus Mayaro, Chikungunya, Oropouche e Zika. Preliminarmente, o extrato apresentou atividades antivirais significativas frente às cepas de Mayaro CE50 = 61,24 Chikungunya CE50 = 117,92, e Zika CE50 = 117,29. Acredita-se que essas atividades podem estar diretamente associadas a um efeito sinérgico de compostos fenólicos, neste estudo são descritos pela primeira vez em F. citrifolia, como ácido neoclorogênico (1), procianidina B1 (2), apigenina-C-glicosídeo-Oglicosídeo (3) orientina (4), ácido cafeoilquínico (5), procianidina B1 (6), (iso)orientina (7), catequina (8), procianidina C2 (9), (epi)catequina (10), vitexina (11), (iso)vitexina (12), naringenina-O-glicosídeo (13) e naringenina (14). Portanto, apesar da necessidade de uma investigação mais detalhada que possa combinar dados do perfil molecular com as atividades antivirais observadas, estes achados sugerem o extrato etanólico das folhas de Ficus citrifolia como uma nova fonte de potenciais agentes antivirais contra Mayaro, Chikungunya e Zika.