EFEITO DA DEXAMETASONA SOBRE PARÂMETROS ELETROENCEFALOGRÁFICOS, COMPORTAMENTAIS E HISTOLÓGICOS NA CONVULSÃO DEFLAGRADA POR PENTILENOTETRAZOL
CONVULSÃO, DEXAMETASONA; HIPOCAMPO, REFRATÁRIO, ELETROENCEFALOGRAFIA
Os glicocorticoides são fármacos amplamente utilizados, sendo suas principais
indicações doenças autoimunes, inflamatórias e rejeição de transplantes.
Atualmente, essas drogas têm sido utilizadas no tratamento de crises
refratárias, havendo relatos positivos e negativos na literatura quanto ao uso de
glicocorticoides associados a drogas antiepilépticas. O presente artigo avalia
alterações eletrocorticográficas, cognitivas e histopatológicas em ratos
submetidos a convulsões agudas induzidas por Pentilenotetrazol (PTZ), após a
aplicação de dexametasona (DEX) (0,6 mg/kg), por meio de três experimentos
separados. O Experimento I foi destinado a gravações de EEG em diferentes
momentos. Os demais experimentos tiveram um delineamento idêntico, exceto
para a avaliação comportamental, sendo que o Experimento II se destinou a
avaliar a memória de curto prazo, enquanto o Experimento III visou acessar a
aquisição de aprendizagem. Os registros eletrocorticográficos demonstraram
que a DEX não apresentou diferença nas potências quando comparada ao
PTZ, mas durante a monitorização eletrocorticográfica foi observado um
aumento na acomodação das oscilações de frequência cerebral Delta, Alfa e
Gama durante as primeiras horas após o episódio agudo de convulsões. Para
teta, a acomodação ocorreu após 36 horas e para Beta após 24 horas da crise
aguda. Em relação à análise comportamental, a memória de curto prazo e a
aquisição do aprendizado não foram afetadas por um único episódio agudo de
convulsão e, consequentemente, a DEX não alterou esse parâmetro. No
Experimento II, o PTZ não promoveu redução no número de células no
hipocampo. Porém, as regiões CA3 e hilo do hipocampo sofreram perda celular
após PTZ no Experimento III, sendo DEX inerte no resgate da morte celular.
Essas descobertas ilustram que, embora a DEX não tenha melhorado o dano
celular ou impactado o comportamento cognitivo induzido por convulsões, ela
tem propriedades benéficas no rastreamento eletroencefalográfico e, portanto,
um tratamento potencialmente eficaz para a epilepsia.