Avaliação dos Neutrófilos em pacientes com Leucemia Mielóide Aguda submetidos ou não ao uso do fator estimulador de colônias de granulócitos após o tratamento com quimioterápicos
Leucemia Mielóide Aguda, quimioterápicos, G-CSF, neutrófilos
O câncer é uma patologia, que na sociedade atual, se encontra entre as 7 principais causas de morte no mundo, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde. A Leucemia Mielóide Aguda (LMA) é um tipo de neoplasia que afeta glóbulos brancos presentes na medula óssea resultado da transformação maligna total ou parcial de células blásticas. Essas células imaturas são transferidas para o sangue periférico levando o paciente a óbito em poucos meses quando não tratada, devido a rápida progressão da doença. Nos últimos anos, houve um relativo avanço no tratamento para os pacientes com leucemias, porém para que haja o sucesso terapêutico são necessárias altas doses de quimioterápico o que torna o tratamento mais agressivo. Pacientes com neoplasias comumente realizam tratamentos paralelos além dos realizados para combater o câncer, como para tratar o período de pancitopenia grave, superveniente da quimioterapia. Um dos tratamentos que se preconiza é a administração do fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF), porém apesar de promover aumento dose-dependente nos níveis desses leucócitos circulantes, esse fator age por um mecanismo que reduz o tempo de maturação da célula progenitora até o neutrófilo maduro sendo necessário avaliar, não somente a quantidade dessas células, mas também a funcionalidade das mesmas. Logo, este estudo avaliou alterações quantitativas e qualitativas nos neutrófilos em pacientes com LMA após o tratamento com quimioterápicos. Foram avaliadas amostras de sangue periférico de 8 pacientes com LMA após quimioterapia, e comparadas com grupo controle. O número de neutrófilos circulantes foi avaliado por meio do leucograma. A função fagocítica dos neutrófilos foi avaliada por meio da fagocitose de partículas de zymosan sensibilizadas e o metabolismo oxidativo por meio do teste de redução do tetrazólio nitro azul (NBT). Em relação à análise do número absoluto de neutrófilos, dos oito pacientes, 67% apresentaram neutropenia leve e os outros 33% estavam com taxa de neutrófilos dentro dos valores de referência. A função fagocítica avaliada nos grupos controle e LMA,apresentou diferença estatística (pvalor=0,0017) com o valor do Índice Fagocítico (IF) de 3,995±0,6 (Média±DP) e 2,31±0,7(Média±DP), respectivamente. Quanto à ativação do metabolismo oxidativo houve diferença estatística entre os grupos (pvalor=0,0467) sendo o valor do grupo controle e LMA de 4,38%±0,1 e 2,2%±0,1, respectivamente. Os resultados indicam que talvez alguns quimioterápicos estejam influenciando a função dos neutrófilos após tratamento para LMA, pois apresentaram efeitos nos neutrófilos, in vitro, diminuindo a capacidade de fagocitose frente a uma partícula estranha e diminuindo a produção de EROS.