Avaliação do efeito neuroprotetor da cafeína em ratos fêmeas intoxicadas por etanol no padrão binge
etanol, cafeína, neuroproteção, binge drinking, emocionalidade
O álcool etílico é uma substância consumida desde os primórdios da humanidade, se estendendo até os dias atuais. Nesse contexto, os adolescentes estão atraindo a atenção pelo fato do consumo neste grupo estar em constante elevação, principalmente na forma de Binge Drinking. Esse modelo de consumo acarreta em prejuízos funcionais, tais como redução da atividade locomotora espontânea e sintomas associados a medo, ansiedade e depressão. Por esse motivo, tem-se buscado drogas para prevenir tais danos causados, dentre elas podemos destacar a cafeína, substância amplamente consumida no mundo. Diante disto, este trabalha se propôs a investigar o efeito neuroprotetor da cafeína em “self administration” sobre os danos provocadas pela intoxicação por EtoH no padrão binge, visando uma alternativa para minimizar os danos neurotóxicos promovidos pelo álcool com o simples hábito de tomar café. Para isso, foram utilizados ratos Wistar, fêmeas, idade 35 dias (n=40). No tratamento, os animais receberam repetidamente, cafeína a partir do 35º até 72º dia pós-natal (DPN). A cafeína foi administrada na forma de solução cafeinada na dose de 0,3g/L em “self-administration” no período ativo, iniciando 14 dias antes do primeiro dia da intoxicação com etanol e persistindo durante as 4 semanas de BD. Para a intoxicação por etanol no padrão binge, foi administrada por gavagem na dose de 3 g/kg/dia (20 p/v) durante três dias consecutivos semanalmente nos animais do 49º ao 72º DPN. Para os testes comportamentais, os animais foram expostos aos ensaios de Campo Aberto, Labirinto em Cruz Elevado, Splash e Nado Forçado. Em relação ao comportamento tipo depressivo, o grupo EtOH-intoxicado apresentou redução do tempo de lambida e aumento do tempo de imobilidade, nos testes Splash e Nado Forçado, respectivamente. O grupo EtOH + Cafeína conseguiu aumentar o tempo de lambida no primeiro teste, porém sem reversão no segundo. Neste paradigma podemos concluir que o consumo crônico de cafeína, promoveu neuroproteção ao reverter o sintoma de anedonia. Apesar deste achado positivo, em relação ao tempo de imobilidade, a cafeína não apresentou resposta neuroprotetora neste parâmetro indicativo de depressão. Desta forma, achamos necessários complementar os dados a fim de confirmar este resultado, e caso confirmado, investigar quais mecanismos envolvidos neste processo.