INVESTIGAÇÃO BIOQUÍMICA E HISTOLÓGICA NA MEDULA ESPINHAL DE RATOS APÓS DIFERENTES PERÍODOS DE RETIRADA DO ETANOL
binge-like; álcool; etanol, medula espinhal.
O consumo crescente de etanol entre adolescentes representa um preocupante potencial de danos ao sistema nervoso central. No entanto, há escassez de estudos sobre as consequências desse padrão de consumo na medula espinhal e os mecanismos subjacentes. Este estudo teve como objetivo investigar os efeitos bioquímicos e teciduais imediatos e de longo prazo da retirada de etanol na medula espinhal. Para isso, ratos machos da linhagem Wistar foram submetidos a um modelo de consumo agudo e episódico de etanol por gavagem intragástrica, simulando um padrão binge-like, com uma dose de 3g/kg/dia de etanol a 20% (3 dias de administração seguidos de 4 dias sem) ao longo de quatro semanas. Os animais foram divididos em dois grupos: retirada imediata, eutanasiados um dia após a última administração, e retirada a longo prazo, eutanasiados 30 dias após a última exposição. Amostras da medula espinhal foram coletadas para análise de parâmetros bioquímicos oxidativos (GSH, TEAC, TBARS, NO) e para avaliação da população de neurônios motores. A retirada do etanol resultou em alterações nos parâmetros bioquímicos oxidativos, com redução dos níveis de glutationa reduzida tanto na retirada imediata quanto na retirada a longo prazo. Além disso, observou-se uma diminuição na capacidade antioxidante total na retirada a longo prazo, enquanto os níveis de óxido nítrico aumentaram em ambos os períodos analisados. A peroxidação lipídica aumentou apenas na retirada a longo prazo. A análise da população de motoneurônios indicou uma redução em todos os segmentos avaliados (cervical, torácico e lombar) na retirada a longo prazo. Ao avaliar os efeitos imediatos e de longo prazo da retirada de etanol na medula espinhal, destacando as alterações bioquímicas e teciduais resultantes desse processo. Os resultados sugerem um maior dano a longo prazo nos períodos analisados.