POTENCIAL DO ÓLEO ESSENCIAL DE Eugenia uniflora L. (Myrtaceae) SOBRE O BALANÇO OXIDATIVO E RESPOSTA NEUROINFLAMATÓRIA DE ANIMAIS SUBMETIDOS A ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL (ECI)
Neuroinflamação; Estresse; Eugenia uniflora; Depressão; Ansiedade
A resposta fisiológica ao estresse configura-se como um processo adaptativo que capacita o organismo a lidar com agentes estressores, sejam eles de origem interna ou externa. Entretanto, a exposição prolongada, intensa ou recorrente a esses agentes pode culminar em uma resposta desadaptativa, comprometendo funções homeostáticas previstas na fisiologia normal do organismo. A exposição aguda ou crônica a diferentes estressores psicossociais em modelos animais, como roedores, por exemplo, pode induzir modificações morfológicas e neuroplásticas no cérebro, além de desencadear a ativação de processos pró-inflamatórios. A neuroinflamação tem sido considerada uma das principais hipóteses para o surgimento de patologias relacionadas ao Sistema Nervoso Central (SNC), tais como depressão e ansiedade, sendo recentemente foco de estudo para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas farmacológicas. Mesmo os fármacos mais recentes e altamente seletivos para o tratamento dessas patologias apresentam limitações, como efeitos adversos, dificuldades de adesão e interações medicamentosas que impactam na qualidade de vida dos pacientes. Nesse sentido, a busca por novos compostos, especialmente os de origem natural, representa uma alternativa viável e promissora no manejo de desordens neuropsiquiátricas. Estudos pré-clínicos têm evidenciado o potencial antioxidante, anti-inflamatório e antidepressivo de Eugenia uniflora L. (Myrtaceae), popularmente conhecida como pitangueira. Assim, o objetivo deste estudo é investigar os efeitos do óleo essencial das folhas de E. uniflora L. sobre o equilíbrio oxidativo e a neuroinflamação, em associação à avaliação comportamental de ratos machos submetidos ao Estresse Crônico Imprevisível (ECI). Para isto, foram utilizados ratos machos da espécie Rattus norvegicus e linhagem Wistar (n=25), com 30-40 dias de vida e peso entre 150 e 200 gramas. Os animais foram divididos em sete grupos (n=3-4): 1 grupo Controle (Estresse), 1 grupo Controle (Naive), que receberam salina 0,9% via oral por gavagem (v.o.); 3 grupos tratados com OEEu (doses de 50, 100 e 200 mg/Kg respectivamente; v.o.); 1 grupo Padrão 1 (Fluoxetina) e 1 grupo Padrão 2 (Diazepam), nas doses de 10 mg/kg e 1 mg/kg respectivamente, via intraperitoneal. Antes do ínicio do protocolo de ECI e das administrações, foram ambientados por 5 dias. Todos os grupos passaram pelo ECI, exceto o Naive, assim como receberam seus respectivos tratamentos, por 14 dias. Após 24 horas da última administração e do último estressor, os murinos foram submetidos às avaliações comportamentais (Campo aberto, Labirinto em Cruz Elevado, Splash test e Nado Forçado). No dia seguinte, os animais foram devidamente eutanasiados e a coleta das amostras de plasma e encéfalo para posteriores avaliações laboratoriais.