OS SENTIDOS DAS PRÁTICAS DE GESTÃO ESCOLAR APÓS OS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES EXTERNAS
gestão escolar; avaliação externa; regulação; emancipação.
Este projeto de tese tem como objeto de estudo os sentidos que assumem a prática dos
gestores após os resultados das avaliações externas e proposições interventivas da SEMEC, no
intuito de analisar o modo pelo qual a prática dos gestores articula formas de sentidos
emancipatórios diante dos formatos prescritivos ditados pelos sistemas de ensino, após os
resultados das avaliações externas. Discute a dimensão ontológica do trabalho realizado pelos
gestores escolares na qualidade de atividade imaterial e improdutiva, evidenciando a sua
singularidade e finalidade de produzir a emancipação humana; caracteriza as concepções
gestionárias presentes nas teorias e perspectivas organizacionais que marcam a trajetória da
gestão escolar; busca identificar como são produzidos os processos de regulação e de
emancipação nas práticas dos gestores escolares, no contexto da nova gestão pública e da
política de avaliação externa, e verifica os sentidos que assumem as práticas dos gestores
escolares na organização do seu trabalho após os resultados das avaliações externas para o
desenvolvimento de práticas emancipatórias de gestão diante dos processos regulatórios. Para
tal, ampara-se metodologicamente nos fundamentos teóricos do materialismo histórico
dialético, que parte da visão sincrética do objeto apresentado chegando a uma rica totalidade
de determinações e relações numerosas pela via da síntese, tendo como procedimentos: a
revisão bibliográfica, a análise documental e a pesquisa empírica, com a realização de
observação participativa e entrevista semiestruturada com diretores e coordenadores
pedagógicos. Os primeiros achados da investigação revelam a intensificação dos movimentos
gerenciais, regulatórios e responsivos ocorridos no ambiente escolar, que inevitavelmente
contribuem para uma modificação das práticas gestoras para uma postura mais
empreendedora, porém sem descartar as possibilidades emancipatórias de ação que
contraponha a um modelo que é incompatível com o processo educativo, considerando a sua
dimensão ontológica e a disputa pela concepção democrática dos processos gestionários.