Mieloencefalite por Herpesvírus equino tipo 1 na Amazônia brasileira
doença infectocontagiosa, cavalos, sinais clínicos neurológicos, nested PCR, soroneutralização.
Realizou-se um estudo investigativo e epidemiológico para herpesvírus equino tipo 1 (HVE1) em 10 surtos de doença neurológica, com 25 equinos, sendo 22 que apresentavam sintomatologia nervosa e três aparentemente saudáveis, de 10 diferentes propriedades rurais localizadas no estado do Pará, Brasil. Foram atendidos nestes surtos de doença neurológica, seis equinos machos e 19 fêmeas, com idades entre um e 13 anos. Destes, seis equinos foram submetidos a necropsia, e os demais recuperaram-se com ou sem uso da terapia medicamentosa. Os principais sinais clínicos observados foram incoordenação motora, membros torácicos e/ou pélvicos abduzidos após indução ao exame clínico, flexão dos boletos, movimentos pendulares do posterior (equinos em estação parados ou ao caminhar) e paresia, que por vezes era tão grave que o animal quase arrastava o posterior no solo, em acentuado declive, dando um aspecto de animal “agachado”. Outros sinais como taquicardia, taquipneia, diminuição do tônus da língua, dificuldades para se levantar, sudorese localizada, escaras de decúbito, movimentos de pedalagem, fasciculações musculares na face, micção frequente, priapismo, espasticidade dos membros e desgaste de pinças também foram observados, porém, em menor frequência. Os animais que receberam os protocolos de tratamento recuperaram-se após oito dias. No diagnóstico laboratorial via soroneutralização, 72% (18/25) dos animais apresentaram reação positiva para HVE-1. Já na nested PCR para HVE1, a partir do sangue total, revelou 88% (22/25) de animais positivos, incluindo três animais aparentemente saudáveis, sendo que os três animais negativos na ferramenta molecular foram positivos na sorologia. Na necropsia, evidenciou-se na medula espinhal focos de hemorragia na substância cinzenta, que se estendia levemente até a substância branca. Na análise histopatológica, havia perivasculite e vasculite neutrofílica na substância cinzenta da medula espinha e no encéfalo. Desta forma esse estudo comprova que HVE-1 está circulante no Bioma Amazônico, principalmente no estado do Pará.