Avaliação endoscópica do refluxo gastroesofágico em cadelas submetidas a longas cirurgias de mastectomia
cadelas, mastectomia, refluxo gastroesofágico, tumor de mama
Os tumores de mama são a neoplasia mais comum em cadelas não castradas, sendo a mastectomia radical unilateral considerada o principal tratamento para estes quadros. Por se tratar de um procedimento de longa duração, elevado estímulo nociceptivo e risco de complicações pós-cirúrgicas, um protocolo anestésico adequado, focado na analgesia multimodal, que inclui administração de opioides no perioperatório, comina num menor tempo de recuperação. Contudo, o refluxo gastroesofágico está relacionado à ação dos fármacos anestésicos durante a anestesia geral, ocasionado pela redução do tônus do esfíncter esofágico inferior. Esse refluxo está associado a consequências como esofagites, estenose esofágica e até mesmo pneumonia por aspiração. Assim, este estudo buscou determinar a incidência de refluxo gástrico e o comportamento do esfíncter esofágico inferior em cadelas submetidas a cirurgias de mastectomia utilizando, normalmente, pré-medicação com midazolam e morfina ou tramadol como parte do protocolo anestésico. Foram avaliadas 12 cadelas submetidas a cirurgias de mastectomia unilateral total na rotina do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Pará. Durante o transoperatório, foram realizadas avaliações endoscópicas para análise do comportamento do esfíncter esofagogástrico e constatação de refluxo gástrico. 100% das cadelas apresentaram algum grau de refluxo gastroesofágico e relaxamento do esfíncter esofágico inferior durante o transoperatório. O uso dos protocolos anestésicos avaliados resultou em elevada casuística de refluxo gástrico transoperatório, acarretado, provavelmente, pelo efeito de relaxamento do esfíncter esofágico inferior. Este estudo encontrou elevada casuística de refluxo gastroesofágico por endoscopia transoperatória em cadelas submetidas a cirurgias de mastectomia utilizando associação de midazolam e morfina ou tramadol como parte do protocolo anestésico, desencadeada pelo relaxamento do esfíncter esofágico inferior. Em detrimento do risco de complicações pós-operatórias, especialmente em pacientes geriátricas e oncológicas, futuros estudos prospectivos são necessários para avaliar e propor possíveis formas de minimizar este efeito.