Efeito da hipotermia sobre a criotolerância de embriões bovinos produzidos in vitro
Proteins, cold shock, RBM3, CIRBP,PIVE
Neste trabalho avaliamos os efeitos da exposição de embriões bovinos produzidos in vitro à hipotermia moderada (33,0 ºC), visando o estudo futuro das proteínas de choque frio e a congelabilidade destes embriões. Para isso complexos cumulus-oócitos (CCOs) foram maturados e fecundamos in vitro. Então os embriões foram cultivados em normotermia (38,5 ºC) até o 6º dia de cultivo (FIV dia zero) quando então foram expostos a hipotermia moderada (estufa de CO2 ajustada para 33,0 ºC) por 6 e 12h (grupos cold-6 e cold-12, respectivamente) e então retornaram para o cultivo em normotermia. Um grupo de embriões foi mantido o tempo todo em condições normotérmicas (Controle) e todos os grupos foram avaliados no 7º e 8º dia quanto a taxa de formação de blastocistos e quanto à cinética de desenvolvimento destes embriões formados. Observamos que exposição a hipotermia no 6º dia de cultivo por 6h e 12h não afetou significativamente a sobrevivência dos embriões (p > 0,05). Contudo no 7º dia de análise foi possível notar a redução numérica na taxa de desenvolvimento dos blastocistos (Cold 6=32.0, Cold 12=32.5 em relação ao Controle= 34.8 p > 0,05) . Sendo que no 8º dia de análise houve uma recuperação na taxa em todos os grupos experimentais (Cold 6= 34.9, Cold12= 42.2 e Controle 37.2%; p > 0,05). Com relação a cinética observamos que a exposição a hipotermia por 6h (grupo cold-6) gerou uma maior quantidade de blastocistos iniciais em comparação aos grupos cold-12 e controle (58.5% vs. 51.2% e 47.4%, respectivamente; p<0,05) e consequente mente uma menor taxa de blastocistos expandidos (38.1% vs. 45.6% e 50.4%) no 7º dia de cultivo. Além disso, a análise cinética no 8º dia revelou que o grupo cold-6 gerou uma menor proporção (p<0,05) de blastocistos eclodidos (22.4%) em comparação aos grupos cold-12 (23.0%) e controle (38.6%).Entretanto, com relação a cinética observamos que a exposição a hipotermia por 12h (grupo cold-12) gerou uma maior quantidade de blastocistos iniciais em comparação aos grupos cold-6 e Controle (78.0% vs. 63.7% e 59.4%, respectivamente; p<0,05) no 7º dia de cultivo. Conjuntamente, nossos resultados indicam que a exposição de embriões D6 por 12h a hipotermia moderada não afetou a taxa de formação de blastocistos no 7º dia de cultivo mas retardou a evolução do desenvolvimento embrionário analisado até o 8º dia de cultivo. Sendo assim, esses resultados preliminares indicam que o metabolismo das proteínas de choque-frio embrionárias pode ter sido ativado e portanto a análise desse mecanismo precisa ser realizada para melhor compreender os mecanismos de resposta ao frio e o papel das proteínas de choque frio neste processo.