A FADIGA MENTAL ALTERA A PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO, MAS NÃO PREJUDICA O TEMPO DE REAÇÃO DE ÁRBITROS DE FUTEBOL DURANTE UMA TAREFA FÍSICA SIMULADA
Árbitros, funções executivas, fadiga mental
A fadiga mental (FM) é um estado psicobiológico, ocasionado por atividade cognitiva exigente e prolongada, caracterizada por sensações de cansaço e falta de energia induzidos por períodos de atividade cognitiva exigente. A FM afeta de modo prejudicial a tomada de decisão no esporte, pois estes efeitos têm sido associados a uma redução no desempenho das funções executivas, que são conceituadas como um conjunto de processos cognitivos utilizados para planejar e realizar ações para alcançar um objetivo. Nesse contexto, sabe-se ainda que o desempenho das funções executivas tem sido fortemente associado a tomada de decisão de árbitros de futebol, logo a relação entre a FM e o desempenho cognitivo de árbitros é importante no contexto da arbitragem. Dessa maneira, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da fadiga mental sobre o tempo de resposta em teste que avalia funções executivas, e a percepção subjetiva de esforço em uma tarefa física de jogo simulado em árbitros de futebol. Doze árbitros profissionais, de nível regional participaram do estudo, e realizaram três visitas ao laboratório. A primeira visita para avaliações e familiarização aos protocolos experimentais, e assinatura do Termo Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Na 2° e 3° visitas os participantes foram expostos a duas condições experimentais, fadiga mental ou controle, de modo cruzado e aleatorizado. Na condição FM os árbitros realizaram Teste Stroop e na condição controle assistiram vídeo emocionalmente neutro, logo após estas condições eles deveriam realizar testes de função executiva simultaneamente com a tarefa física simulada para árbitros de futebol. Os resultados revelaram que não houve efeito da fadiga mental sobre o desempenho das funções executivas (P = 0,395). Apesar disso, foram encontradas maiores percepções de esforço na condição fadiga mental (P = 0,018). Nesse sentido, o presente estudo mostra que apesar da fadiga mental alterar a percepção subjetiva de esforço, não houve qualquer prejuízo no desempenho das funções executivas de árbitros de futebol.