MUSEALIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO AMAZÔNICO E A ORGANIZAÇÃO DA COLEÇÃO ETNOGRÁFICA DO MUSEU EMÍLIO GOELDI NO PERÍODO DE 1960 A 2020.
Musealização; museus; coleção etnográfica; descolonização; patrimônio cultural.
O processo de musealização de objetos etnográficos surgem nos Museus Brasileiros através das “práticas museais” em que eram “coletados” de seus locais de origem e passavam a ter novos significados no espaço museal. O objetivo dessa pesquisa é investigar o protagonismo feminino na organização e curadoria da Coleção Etnográfica Reserva Técnica Curt Nimuendajú do Museu Goeldi, nas últimas décadas, trazendo uma contribuição para o fortalecimento do conhecimento construído por mulheres no processo museológico brasileiro. Visando compreender esse processo, trazemos para reflexão as perspectivas de Cláudia Leonor Lopez Garcés, Ivelise Rodrigues, Lucia Hussak van Velthem e Suzana Primo dos Santos Karipuna, que são as primeiras mulheres a atuarem na Coleção a partir da década de 1960, rompendo assim com a predominância científica patriarcal. Não queremos traçar hierarquias na musealização de um dos museus mais antigos do Brasil, mas sim ampliar e aprofundar o diálogo intercultural nos Museus Etnográficos, sob a perspectiva da atuação de mulheres no mundo da ciência, uma vez que no período analisado, de 1960 a 2020, a força de trabalho principal de atuação no acervo, é de mulheres. A história das coleções e do colecionismo precisa buscar novas perspectivas, destacando a percepção feminina no espaço museal, para compreendermos que essa trajetória precisa de novas narrativas ou até mesmo ser (re)contada no Brasil.