“EU NÃO SABIA QUE ERA ARTISTA!”: EXPOSIÇÃO NÓS DE ARUANDA, ARTISTAS DE TERREIRO NO CENÁRIO CULTURAL AFRO-AMAZÔNICO PARAENSE
“Nós de Aruanda”; Arte/Patrimônio de terreiros; tornar-se artista.
A presente proposta de pesquisa tem como objetivo central compreender as diversas
nuances de tornar-se artista de terreiro no cenário das grandes produções culturais de
Belém do Pará. Para isso, tomaremos como parâmetro nessa jornada de estudo
multidisciplinar, com viés antropológico, os artefatos, simbolismo e expressões
ancestrais dos povos tradicionais de terreiros religiosos, presentes na exposição
intitulada “Nós de Aruanda, Artistas de Terreiros”. Trata-se de um loco investigativo
que permite definir o que é arte e patrimônio para a população de religiões afro da
Amazônia paraense, uma vez que os integrantes das casas de santo não se
identificam com as artes contidas nas galerias de Belém, pois em sua grande maioria
são europeias ou euro-americanas, não sendo um patrimônio de identidade para seu
povo. Entretanto, percebe-se nesses espaços legitimados pela arte o total
apagamento e invisibilidade dos patrimônios artísticos de terreiros e, é imprescindível
que haja ações que valorizem e reconstruam as relações de poder contidas nos
espaços das grandes artes, para que o povo de santo sintam-se integrados na
formação cultural da cidade de Belém do Pará.