“ESSE CEMITÉRIO É, TIPO, UM MUSEU A CÉU ABERTO, NÉ?”: EDUCAÇÃO MUSEAL E PATRIMÔNIO CULTURAL FUNERÁRIO DO PARQUE CEMITÉRIO SOLEDADE NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Patrimônio cultural funerário; educação; mediação; religiosidade; iconografia; Belém do Pará.
O cemitério de Nossa da Soledade é um testemunho da história de Belém no período oitocentista. Atravessando quase três séculos de existência, esse cemitério oferece riqueza histórica e patrimonial através de seus túmulos e mausoléus em estilos arquitetônicos, como o neogótico e o neoclássico, sua beleza como conjunto paisagístico e pelas manifestações de religiosidade que a cada segunda-feira é renovada. Durante o ano de 2023, ao integramos a equipe de educação patrimonial, pudemos conhecer mais sobre o patrimônio cultural funerário do cemitério Soledade que atualmente recebeu o título de Parque. Ao realizarmos a atividade de mediação com o público, percebemos que os visitantes entendem o Soledade como um museu. Foi interessante para nós este dado, pois identificamos o Soledade carrega pelo menos três fontes compressão: cemitério, parque e museu. Apoiados no conceito de “culturas híbridas” de Nestor Garcia Canclini identificamos o Soledade como um “espaço híbrido”, fruto das diversas interações que a sociedade trava com este patrimônio. A partir dessa interpretação, buscamos metodologias educativas que pudessem nos auxiliar nas atividades visita mediada, visando criar diálogos sensíveis através da devoção, das personalidades e da iconográfica funerária presentes no Soledade.