O LUGAR DA MULHER NEGRA NO MUFPA: GÊNERO, RAÇA E MUSEOLOGIA EM UM MUSEU UNIVERSITÁRIO DA AMAZÔNIA
Patrimônio Cultural. Museus. Mulheres Negras. Amazônia.
Os estudos que se destinam a análise da relação entre gênero, raça e patrimônio tem se
intensificado. Eles crescem como resposta a uma demanda social que objetiva dar visibilidade
a sujeitos históricos excluídos das narrativas e discursos oficiais e indicam a relevância dessa
reflexão, sobretudo nos museus. É no museu, patrimônio histórico e cultural, que se procura
vislumbrar a mulher negra. Em parte, porque o patrimônio tem sido legitimado por elites atadas
a herança eurocentrista, ocidental e patriarcal, cenário que convida e desafia a novas propostas
investigativas. Também, porque ao tentar a interlocução com inquietações semelhantes,
percebe-se que a agência das mulheres negras enquanto sujeitos históricos e produtores de
cultura tem sido invisibilizada e/ou negada. As lentes investigativas se voltaram para um museu
em particular, o Museu da Universidade Federal do Pará - MUFPA. O objetivo geral é analisar
o lugar que a mulher negra ocupa no MUFPA. Para tanto, do ponto de vista da perspectiva
metodológica analítica considera-se a importância da abordagem interseccional, dos estudos
decoloniais e das contribuições da sociomuseologia, uma vez que, esta promove uma
interlocução entre a museologia social e os estudos de gênero. As conclusões do estudo são
esperançosas, o campo mostrou que tem se intensificado a relação entre a negra e o museu,
posto que, há mulheres na gestão, na curadoria, expondo, mulheres em movimento, mulheres
preenchendo os lugares, realizando oficinas, feiras, palestras, seminários, ocupando espaços
museais, constituindo suas próprias narrativas, contudo, é preciso nomear essas mulheres, dar
maior visibilidade aos seus protagonismos.