SOBRE PRÉDIOS E PESSOAS:Da História à Cripto-História do Patrimônio Edificado da Universidade Federal do Pará
Patrimônio Edificado. UFPA. Cripto-História. Política Patrimonial.
Sociopolítica.
A Universidade Federal do Pará foi criada em 2 de julho de 1957, quando os debates
sobre respeito, preservação e conservação do patrimônio, embora ainda incipientes, já haviam
percorrido um caminho relevante, ao menos desde a assinatura, em 1931, da primeira carta
patrimonial. Àquela altura, a Universidade era formada por sete faculdades, que traziam à
recém-criada instituição seus prédios-sede, alguns com vultosa história na cidade de Belém,
como os casarões das faculdades de Direito e de Medicina. Na década de 1960, a UFPA
vivenciou um período de expansão de seu patrimônio, com a construção de prédios e aquisição
de imóveis, incluindo palacetes da belle époque, para hospedar faculdades e unidades
administrativas, culminando, em 1968, com a inauguração de sua Cidade Universitária. Durante
os anos de 1980, a política de interiorização tornou a Universidade multicampi, ampliando sua
atuação e presença no estado do Pará. Essa pesquisa, portanto, conta um pouco da história do
patrimônio edificado da UFPA em Belém e discute a atuação da Universidade em relação a
políticas de conservação e preservação patrimonial. Dialogando com Aloïs Riegl, Salvador
Muños Viñas, Eidorfe Moreira, Ernesto Cruz, e à luz dos estudos de Vitor Serrão sobre o
conceito de cripto-história, o trabalho está dividido em períodos sociopolíticos, esta pesquisa –
cujo resultado tornou-se também um banco de dados iconográfico sobre a Universidade – não
se furta a destacar as percepções e vivências dos indivíduos sobre os prédios que fazem e
daqueles que fizeram parte da UFPA: adaptados para outros usos ou apagados da paisagem
urbana da cidade, pelo abandono ou pela locomotiva impassível da modernidade.