DINÂMICA DA LINHA FLUVIAL UM MÉDIO PERÍODO (1995-2020) NA REGIÃO DE SANTARÉM (BAIXO AMAZONAS)
Baixo Amazonas; Linha fluvial; Terras Caídas; DSAS; Mann-Kendall.
A Bacia Amazônica apresenta uma complexa dinâmica influenciada por componentes
fluviométricos (cota, vazão) e meteorológicos (pluviosidade, clima, eventos extremos). Também
ocorrem fenômenos conhecidos regionalmente como Terras Caídas e Crescidas que são
desbarrancamentos nas margens do rio Amazonas que acontecem em trechos margeados por
depósitos fluviais e elevações do nível da terra. Estes afetam a linha fluvial (LF) das margens. Foram
realizadas análises das condicionantes hidrometeorológicas, determinando as variabilidades temporais
e espaciais dos aspectos meteorológicos (temperatura e precipitação), hidrológicos (vazão e cota
fluviométrica), destacando anomalias ENOS (El Nino e La Nina). E a identificação dos locais que
sofrem com os processos de erosão e/ou acreção da LF para observar as mudanças ocorridas nas
margens. A área de trabalho situa-se na região oeste do estado de Pará, na mesorregião do Baixo
Amazonas, na microrregião de Santarém e na margem direita do rio Tapajós, na sua confluência com o
rio Amazonas. Para alcançar os resultados foi realizada a aquisição de dados de séries de
precipitação, vazão e cotas dos rios (de 1955 a 2021) e imagens de satélite Landsat (1995; 2000; 2008;
2015 e 2021). Foram utilizados os softwares R Studio e Minitab para a análise de tendências através
do teste não paramétrico de Mann-Kendall e o Digital Shoreline Analysis System (DSAS) para
identificar mudanças da LF com os parâmetros NSM, LRR e EPR no período de 26 anos de análise.
Ocorreram tendências positivas na vazão e no nível do rio Amazonas e houve a estacionariedade dos
dados pluviométricos. O setor I do rio Amazonas apontou tendência maior à erosão, com taxa média de
erosão de -381,49 m e taxa média de acreção de 244,81 m, as taxas médias de variação são de -6,49
m/ano (EPR) e -7,15 m/ano (LRR). O setor II do rio Amazonas é altamente erosivo com taxa média de
erosão de -148,56 m e taxa média de acreção de 34,29 m, as taxas médias de variação de -4,76 m/ano
(EPR) e 5,34 m/ano (LRR). O setor do rio Tapajós tem um comportamento erosivo na margem
esquerda e de acreção na margem direita com taxas médias de erosão e de acreção respectivamente
de -40,54 m e 21,49 m, as taxas médias de variação de -1,22 m/ano (EPR) e -1,28 m/ano (LRR). Nas
áreas de várzea (setor I e II do rio Amazonas), formada pela Planície Amazônica, as taxas tanto de
erosão quanto de acreção são maiores se comparado às áreas formadas pelos Patamares do Tapajós
(setor do rio Tapajós).