EVOLUÇÃO MULTITEMPORAL DA LINHA DE COSTA (1972-2040) DO MUNICÍPIO
DE SOURE, ILHA DO MARAJÓ (AMAZÔNIA - BRASIL).
Zona Costeira, GIS, Linha de Costa, DSAS v5.
Os agentes exógenos que atuam na Zona Costeira (ZC) atuam como modeladores
morfológicos da Linha de Costa (LC) e essa atuação modifica o cenário erosivo e acrescido da
LC ao longo do tempo. Para avaliar essas mudanças temporais ocorridas da ZC, o
sensoriamento remoto (SR), a partir de sensores remotos orbitais, é uma abertura que
possibilita identificar essas variações ocorridas, onde o principal objetivo em todo o mundo é
o gerenciamento e proteção dessas zonas costeiras. Desta maneira, a presente composição tem
como objetivo apresentar a evolução da linha de LC durante o período de 1972-2020 (48
anos) e estimar a evolução da LC para os anos de 2030 e 2040 na ZC do município de Soure,
localizado na parte nordeste (NE) da ilha de Marajó (Pará-Amazônia Oriental), inserida na
Zona Costeira Estuarina Paraense (ZCEP), condicionada pelas hidrodinâmicas do canal Sul
do Rio Amazonas e do estuário do Rio Pará. Para atingir esse objetivo, faz-se usufruto da
aquisição de 6 imagens de uma série temporal do satélite: Landsat 1 (MSS) de 1972 e 1994
(bandas 7,6,5 e 5,4,3, respectivamente), Landsat 5 (TM) de 1985, 2004, 2009 (bandas 5,4,3),
com resolução espacial de 30m, e Landsat 8 (OLI) de 2020 (bandas 6,5,4,8), com resolução
espacial de 15 m após a fusão da banda 8 (pancromática), sendo obtidas no sítio da USGS
(United States Geological Survey), todas já georreferenciadas e de técnicas de
geoprocessamento para: a) delimitação da LC: onde foi criada a partir de métodos semiautomáticos
combinados com métodos manuais, utilizando a técnica do índice de diferença
normalizada da água (NDWI); b) DSAS versão 5.0 (v5.0), sendo utilizados para compor a
análise da LC através dessa ferramenta o: NSM, EPR e LRR, a versão v5 traz o Filtro de
Kalman, na qual foi utilizado para calcular a estimativa futura na LC para os anos de 2030 e
2040. Como resultado, identificou-se que nos setores I e II (canal sul do rio Amazonas),
predomina a acresção, no setor III (cabo Maguari) é onde obteve os maiores índices de
acresção, e no setor IV predomina o processo acrescional com tendência erosiva, o setor V
predomina a erosão. Esses dados são vinculados ao número total de 654 transectos
compreenderam uma distância média de 214,4 m, onde a média de recuo é indicada com a
taxa negativa de -179,5 m e uma taxa positiva de 451,9 m. Para os anos de 2030 e 2040, a
tendência é que este processo continua, onde a maior retração costeira, cerca de 271.46 m, vai
ser no Nordeste (NE) (setor II), e um avanço da LC de 625.26 m no setor III.