"VARIABILIDADE DA LINHA DE COSTA DA MARGEM LESTE DO ESTUÁRIO DO RIO PARÁ NO PERÍODO DE 1987-2019".
Margem Leste do estuário do rio Pará, dinâmica costeira, ambiente estuarino, sensoriamento remoto
No Golfão Marajoará, o estuário do rio Pará, se comunica com o rio Amazonas, através da Região dos Estreitos, e recebe ainda contribuições fluviais dos rios Tocantins e Guamá/Guajará. A área de trabalho situa-se à margem leste do estuário do rio Pará, no trecho: ilhas de Mosqueiro e Colares, e municípios de Santo Antônio do Tauá, Vigia e São Caetano de Odivelas. A morfologia desse trecho é formada principalmente por baixos platôs, planícies aluviais e planícies de maré e sua vegetação apresenta em sua maioria matas de várzea, algumas áreas com mata de terra firme e áreas de manguezais, especificamente nos municípios de Vigia e de São Caetano de Odivelas. Este trecho do estuário está sobe forte influência fluvial sazonal e de maré diária e mensal, a maré possui um regime de macro maré (máximo de 4,2 m), com uma alta descarga entre Janeiro e Junho (24.000 m3/s) e um período de baixa descarga entre Julho e Dezembro (2.300 m3/s) e precipitação entre 2.000 e 3.000 mm/ano. O objetivo geral é de analisar a variação multitemporal (1987-2019) da linha de costa da margem Leste (ilhas de Mosqueiro e Colares, e municípios de Santo Antônio do Tauá, Vigia e São Caetano de Odivelas) do estuário do rio Pará. Os materiais e métodos iniciaram com a aquisição de imagens de satélite Landsat TM (1987; 1993; 1999; 2004; 2008) e LANDSAT OLI (2013 e 2019) do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), já adquiridas georreferenciadas, onde foi realizada apenas a composição RGB e reprojeção das coordenadas das imagens. Em seguida foi utilizado o Digital Shoreline Analysis System (DSAS), uma ferramenta que permite calcular com maior confiabilidade as taxas de mudanças da linha de costa. No total de 1130 transectos, foram identificados 619 de erosão e 511 de acresção, onde a maior taxa média de variação de erosão e acresção são de, -25,43 m/ano e 16,2 m/ano, respectivamente. A maior taxa de acresção se encontra na parte noroeste da área com 518,22 m (ilha de Mosqueiro) e a maior taxa de erosão está posicionada na parte central com -694,23 m (Santo Antônio do Tauá). Sendo assim, a margem leste do estuário do rio Pará apresenta em sua maior extensão áreas em erosão, com áreas de acresção pontuais, resultado de uma dinâmica costeira que ocorre de forma diferente. Este trabalho se enquadra no conjunto de medidas para alcançar condições de um oceano saudável, resiliente e seguro na Década das Nações Unidas da Ciência do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável (2021 - 2030) em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), pois busca levantar informações que possam levar a um diagnóstico dos processos costeiros que atuam na área de estudo e como ocorrem, com a finalidade de incentivar ações para conscientização e redução dos efeitos das mudanças ambientais nas zonas costeiras.