Microplásticos em sedimentos de praias urbana (Nordeste) e rural (Norte) no
Brasil.
microplásticos; características, praias arenosas; contaminação.
A produção global dos resíduos plásticos tem apresentado exponencial crescimento nas
últimas décadas, com estimativas de produção ascendentes. O mau gerenciamento dos
resíduos plásticos, agregado à não biodegradabilidade dos itens convencionais, faz com que
estes materiais estejam amplamente dispersos no ambiente, especialmente na forma de
microplásticos-MPs (< 5 mm). Os microplásticos apresentam um grande risco ao ambiente
marinho por sua grande capacidade de persistência, além de sua grande afinidade com uma
diversidade de poluentes. Estes resíduos também exercem impactos na biota em seus
diferentes níveis tróficos. Entre os ambientes costeiros, as praias arenosas são locais entre os
mais favoráveis para a acumulação desses detritos. Nesse contexto, o presente estudo visa
determinar a ocorrência, a distribuição e as possíveis fontes e origens dos microplásticos nos
sedimentos costeiros de duas áreas distintas: a praia urbana de Piedade no litoral
pernambucano e a praia rural da Vila dos Pescadores na costa do Pará. A presente pesquisa
será desenvolvida com base nas seguintes etapas: (1) trabalhos de campo para a coleta de
amostras de sedimentos e consequentemente do microplástico; (2) downloads de dados
referentes a variáveis oceanográficas, climatológicas e hidrográficas, obtidos por instituições
governamentais; (3) análise laboratorial para a separação, identificação e classificação dos
microplásticos. A coleta do material de estudo ocorrerá mensalmente, entre outubro de 2023 e
maio de 2024, simultaneamente, nas duas praias em estudo. A coleta do sedimento será
realizada em três pontos situados na linha “do deixa”, e cada ponto terá três réplicas,
totalizando nove amostras mensais para cada praia em estudo. Cada um destes pontos
possuirá um quadrante amostral de 50 x 50 cm. Os sedimentos serão coletados nos cinco
primeiros centímetros da superfície, com o auxílio de uma pá metálica. O material será
acondicionado em frasco de vidro, devidamente etiquetado, para posterior análise em
laboratório. Em laboratório, a extração dos microplásticos ocorre pelo processo de flotação,
que resulta na separação através da diferença de densidade dos materiais colocados dentro de
uma solução salina. Na triagem do material, os MPs serão quantificados e separados
fisicamente em cor e forma. Essa classificação vai auxiliar na identificação das possíveis
fontes e origens do material coletado. Os dados oceanográficos, climatológicos e
hidrográficos serão obtidos, através de página web de instituições governamentais. A partir do
estudo proposto, será possível obter importantes contribuições à comunidade científica sobreo nível de contaminação por MPs no sedimento das praias em estudo, que será divulgado através da dissertação de mestrado e um artigo científico.