MINIDICIONÁRIO DIGITAL DA LÍNGUA DE SINAIS MUNDURUKU: uma contribuição para as Licenciaturas na disciplina LIBRAS e Educação Especial
Minidicionário da Língua de Sinais Munduruku. Língua de Sinais. Formação de Professores. Educação Superior.
A presente pesquisa traz os resultados da captura de registros dos sinais-termos usados pelos surdos da etnia Munduruku, para o desenvolvimento e concepção do MINIDICIONÁRIO DIGITAL DA LÍNGUA DE SINAIS MUNDURUKU: uma contribuição para as licenciaturas nas disciplinas Libras e Educação Especial. O Minidicionário digital da LSM conta com 59 sinais-termos e está disponibilizado em formato de e-book. Para tanto, procuramos responder à seguinte questão-foco: Como desenvolver um Minidicionário Digital, visando contribuir no processo formador de professores para a aquisição e/ou apropriação da Língua de Sinais da comunidade Munduruku do Estado do Pará? Diante da questão-foco, o objetivo geral para este estudo foi conceber um Minidicionário Digital da Língua de Sinais Munduruku - LSM, visando contribuir no processo formador de professores de Libras e Educação Especial das licenciaturas para a aquisição e/ou apropriação da língua de sinais utilizadas na aldeia Karapanatuba, no município de Jacareacanga, Estado do Pará. A pesquisa apresenta uma abordagem qualitativa, do tipo exploratório e de campo. O lócus da pesquisa foi a aldeia Karapanatuna, na Terra Indígena Munduruku, localizada no município de Jacareacanga, no sudoeste do Estado do Pará, e as técnicas utilizadas foram: observação participante e entrevista aberta. Os participantes da pesquisa foram 3 surdos indígenas Munduruku, 4 professores do curso Intercultural da UEPA e que são professores indígenas e não-indígenas da comunidade Munduruku e 1 intérprete local da aldeia Karapanatuba. Por conta da pandemia, a captura e o registro dos sinais-termos se deram de duas formas: remota e presencial. Para catalogação e desenvolvimento do produto, utilizou-se a ficha terminográfica e, além disso, lançou-se mão da ficha de registro para então organizar e sistematizar os sinais-termos. Para atender aos critérios de concepção de produtos educacionais foi necessária a validação, e essa etapa foi dividida em dois momentos: o primeiro junto à comunidade surda da etnia Munduruku para validar os sinais, e o segundo foi com o painel de especialistas, composto por profissionais de Língua de Sinais, da área indígena e de design/comunicação. Com a concepção do Minidicionário digital, pretendeu-se contribuir e difundir sinais da LSM para ampliação do vocabulário das Línguas de Sinais no Brasil e ser uma ferramenta adicional de uso e de pesquisa de sinas por professores de Libras e Educação especial, assim como por licenciandos/professores e alunos surdos da comunidade Munduruku. Em resumo, o produto foi analisado pela comunidade Munduruku de surdos e ouvintes, pelos especialistas e professores pesquisadores como um recurso pedagógico importante e indispensável para melhorar a comunicação e a interação entre indígenas surdos e ouvintes, assim como pode fortalecer a Língua de Sinais Munduruku como disseminação linguística diferenciada dada a sua condição de língua emergente e cultural de um determinado povo.